A desavença judicial entre os vereadores Rodrigo Guedes (Podemos) e Gilmar Nascimento (Avante) ganhou mais um capítulo nesta semana. Guedes entrou com uma representação no Ministério Público do Amazonas (MPAM) contra a “privatização” do Centro Social Urbano (CSU) do Parque Dez de Novembro. Um dos alvos do processo é Syndean Barros Brasil Marques, assessor de Gilmar.
Nessa semana, um áudio e prints de mensagens atribuídos a Gilmar Nascimento apontam que ele cobrava pelo espaço das barracas no CSU do Parque Dez. Na gravação, o vereador orienta comerciantes e ambulantes a pagar valores entre R$ 2.200 e R$ 4.500. O dinheiro, conforme o processo de Rodrigo Guedes, seria destinado a Syndean Marques.
“Eu moro no bairro desde 1969. Estou como vereador no quinto mandato e eu não posso deixar de cuidar do evento. Eu cuido do Parque das Nações, do festival de lá, do festival do Japiim e outros festivais. Mas aqui é um festival que já tem uma história”, disse.
Em um trecho, o vereador é ouvido dizendo que “quem não tiver barraca, a coordenação vai ceder uma estrutura de barraca 3 por 3 com lona para você”. Por outro lado, quem desejasse uma barraca maior deveria pagar a diferença em dinheiro.
O lixo e a segurança, segundo o áudio, também seria de responsabilidade dos locatários. O áudio foi incluído na representação de Guedes contra Syndean.
Acusações na CMM
Em sessão de junho, Rodrigo Guedes acusou Syndean Marques de receber PIX de R$ 2.200 – valor citado no áudio de Gilmar – para permitir que os barraqueiros atuassem no CSU do Parque Dez.
“Ali existe sim um grupo de pessoas que se apoderaram, com aquiescência da Prefeitura de Manaus, do Centro Social Urbano. Não é arraialzinho de bairro, como as comunidades organizam e prestam contas. Cadê a prestação de 2022, por exemplo? Cadê os valores de 2022 e 2023?” questionou, à época.
A redação do Manaus 360° procurou os vereadores em busca de posicionamento, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria.