Parlamentares da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) levaram a questão da estiagem e da fumaça em Manaus para a tribuna na sessão desta quinta-feira (28). Contudo, as críticas foram direcionadas para a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede), por seu posicionamento contrário às obras da rodovia BR-319. Os parlamentares afirmam que a ausência da estrada em meio à seca dos rios, principal via do estado, prejudica os moradores do interior.
O deputado estadual Wilker Barreto (Cidadania) pediu que Marina mudasse seu posicionamento e propôs uma moção de repúdio à ‘intransigência’ dela. O argumento de Wilker Barreto
“Não é justo o nosso povo, estarmos caminhando para quase 500 mil pessoas no sofrimento absurdo. Estou propondo uma moção de repúdio à intransigência da ministra que está impondo ao povo do Amazonas um sofrimento gigantesco. A BR-319 é questão de estratégia do Brasil e temos que acabar com esse discurso de que a rodovia vai acabar com a Amazônia. Falavam a mesma coisa sobre a BR-174 e nada disso ocorreu”, disse.
Ao citar a questão da fumaça, o deputado Rozenha (PMB) afirmou que “esse acidente climático é imputado ao homem simples do interior, mas nós estamos enfrentando a maio estiagem já vista, fator que deixa o Amazonas com ar seco e acaba, por vezes, criando focos de incêndio que não são provenientes de ação humana”.
Em sua fala, o deputado João Luiz (Republicanos) trouxe vídeos das redes sociais mostrando peixes mortos por falta de oxigênio nos rios e trechos inteiros completamente secos. O parlamentar afirmou que as imagens deveriam sensibilizar Marina Silva sobre o problema que do povo do interior, “que está sem locomoção, isolado e ilhado”.
O vice-presidente da Aleam, Carlinhos Bessa (PV), engrossou as fileiras dos outros parlamentares e destacou que é hora da ministra “repensar sobre a pavimentação da rodovida”.
“Com a BR-319, tudo que vem de fora seria mais barato, até o produtor rural tem dificuldade para escoar a produção, ou até mesmo para compra de insumos que fertilizam a terra. Eu acredito que esse tema é importante, devemos unir forças para que ela possa mudar de ideia sobre a estrada. A fome no interior está gigantesca e as consequências dela vão se estender até que venha o período de cheia, plantio e colheita”, concluiu.