A primeira vice-presidente da Câmara Municipal de Manaus (CMM), vereadora Yomara Lins (PRTB), usou a tribuna da casa para apoiar a conselheira do Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM), Yara Lins – sua irmã -, vítima de xingamentos e ameaças por parte do conselheiro Ari Moutinho Júnior.
Yomara chamou a situação envolvendo a irmã de ‘lamentável’, relembrando as agressões ocorridas pouco antes da eleição para a presidência do TCE-AM, a qual acabou com a vitória de Yara Lins.
“Ela foi agredida e isso é lamentável porque a Yara nos representa. Uma mulher guerreira, uma mulher que está no Tribunal de Contas há 46 anos. Entrou por concurso público, seguiu uma carreira, chegou ao cargo de conselheira. É a única mulher no órgão, foi a única presidente. Ela nunca ficou à disposição, nunca ficou de licença-médica. Ela é um exemplo de mulher, de garra, de força e ela jamais faria uma cena para se vitimizar”, afirmou a vereadora.
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Yomara destacou que a conselheira “relutou muito” até resolver abrir um boletim de ocorrência por não gostar de se vitimizar, mas por ser considerada um exemplo para mulheres, não poderia se calar. A vereadora pediu por respeito e disse que “nenhuma mulher merece ser ofendida” e que nada justifica esse tipo de agressão.
A parlamentar recebeu apoio dos vereadores Raiff Matos (DC) e Rodrigo Guedes (Podemos). Raiff parabenizou Yomara por trazer o tema para a Câmara Municipal de Manaus e afirmou que era preciso “extirpar da sociedade qualquer tipo de preconceito, esse principalmente”.
“Quero me solidarizar com a doutora Yara. Conheço pessoalmente, conheço a família. É inconcebível, não podemos ter esse tipo de comportamento na sociedade. Que a justiça seja feita”, disse.
Em seguida, Rodrigo Guedes também manifestou solidariedade à conselheira e pontuou que ela não poderia ser agredida mesmo estando “no mesmo patamar” que seu agressor.
“A leitura labial, infelizmente, foi muito clara, não há o que se discutir. Você não precisa assistir o vídeo nem duas vezes. Fica claro que houve agressão verbal, moral, psicológica. E ela agiu de forma muito correta em levar o caso adiante, de fato ela não poderia ter silenciado. Acredito que a Câmara precisa fazer um repúdio coletivo, independente de quem seja a pessoa. A gente não pode passar pano”, destacou.