O jornal O Estado de S. Paulo noticiou nesta segunda-feira (30) uma investigação do Ministério Público, em conjunto ao Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM), a qual investiga um contrato de R$ 59 milhões em kits de internet adquiridos pelo Governo do Amazonas com a empresa Space X, pertencente ao bilionário Elon Musk, que administra o projeto de internet via satélite Starlink.
As principais suspeitas são de que a licitação foi fabricada de tal forma que apenas a Starlink poderia atender às demandas. O MP e o TCE-AM investigam a prática de direcionamento e “jogo de planilhas” em favor da Via Direta Telecom, de propriedade do jornalista Ronaldo Tiradentes, única empresa autorizada a revender a tecnologia no território amazonense.
Embora o pregão esteja em fase de apreciação de recursos, as características do edital e a desclassificação da empresa que ofereceu o preço mais baixo levantaram suspeitas.
Até o momento, nem o governador Wilson Lima (União) nem a Space X se pronunciaram. O jornalista Ronaldo Tiradentes afirmou ao Estadão que desconhece a investigação e que ofereceu o menor preço do edital.
Os dados da investigação, contudo, apontam que a Via Direta de Tiradentes pediu R$ 59,2 milhões pelo serviço. Houve ainda duas ofertas menores: uma de Cristiane Maria Medeiros Mendonça LTDA, que ofereceu R$ 26,8 milhões, mas se retirou da disputa alegando “equívoco na fase de lances”; e Sencinet Brasil Serviços de Telecomunicações LTDA, que ofereceu R$ 45,12 milhões.
A Sencinet acabou desclassificada por se recusar a oferecer um desconto de 87% no item “plano de dados”. A Via Direta foi selecionada por um preço muito superior, mesmo se recusando a dar o mesmo desconto.