A segunda-dama de Manaus, Tecla Caddah, está sendo investigada por acúmulo indevido de cargos públicos no Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) e na Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi). A apuração iniciou em janeiro de 2022 na Promotoria de Justiça de Teresina.
As investigações confirmaram que a esposa do vice-prefeito de Manaus, Marcos Rotta (PP), ocupou cargo de servidora comissionada na Justiça do Amazonas enquanto trabalhava como servidora efetiva da Alepi. A informação foi revelada pelo site piauiense GP1.
Segundo a reportagem, Tecla Caddah exercia o cargo de assessora técnica legislativa na Alepi entre julho de 2018 e agosto de 2022. Em maio do ano passado, a segunda-dama recebeu R$ 6.176,28 da assembleia legislativa e R$ 36.568,01 do TJAM.
Após a revelação do caso, Tecla requereu sua demissão do cargo na assembleia, o qual foi atendido pela mesa diretora. O promotor Rafael Maia Nogueira afirma que a prática da segunda-dama foi dolosa, pois ela acumulou cargos “evidentemente incompatíveis entre si, nos quais era evidente de plano a impossibilidade de exercício de forma simultânea, especialmente considerando que órgãos públicos são situados em estados diferentes”.
“A investigada não só não pediu o afastamento do primeiro órgão em que foi nomeada, como assinou termo de declarações atestando que não acumulava cargos públicos, que demonstra claramente seu intento doloso”, afirma.
O Ministério Público pede que Tacla Caddah seja condenada pela Lei de Improbidade Administrativa e ressarça os cofres públicos do Piauí em R$ 208.567,99, aos quais podem ser acrescentados correção monetária e juros de mora. Além disso, o órgão pede que a segunda-dama de Manaus perca sua função pública, tenha seus direitos políticos cassados por até 14 anos e seja impedida de ser contratada pelo Poder Público.
A reportagem do Manaus 360° procurou o vice-prefeito Marcos Rotta em busca de informações sobre o caso, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria.