O deputado federal Amom Mandel (Cidadania-AM) apresentou, nesta quarta-feira (22), o relatório do Projeto de Lei nº 4.907/2019, de autoria do ex-deputado Raul Henry (MDB-PE), que altera a legislação para criar um tipo penal em punições a funcionários públicos que se negarem a autuar crimes ambientais. A sanção também duplicará caso a omissão seja cometida na área da Amazônia Legal ou em casos de invasão de terra pública nesta região. A matéria foi aprovada na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (CMADS), seguirá para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e depois será apreciada em Plenário.
“O aumento na taxa dos crimes ambientais no nosso país é explicado pelo desmonte que ocorreu nos últimos anos no aparato de governança ambiental, em especial de políticas de comando e controle. Por exemplo, enquanto o desmatamento atingiu um recorde em 15 anos, o número de autos de infração para coibir esses crimes ambientais foi o menor dos últimos 17 anos”, explicou Amom na defesa do voto.
O parlamentar defendeu que essa é mais uma medida de garantia de proteção para a maior biodiversidade e a reserva de água doce da superfície do planeta contra a impunidade dos criminosos. De acordo com um estudo feito pelo projeto Amazônia 2030, o local para cometimento dos crimes ambientais mudou: antes os ilícitos eram feitos dentro de terras privadas, agora estão preponderantes em terras públicas. Entre 2019 e 2021, por exemplo, mais da metade do desmatamento do bioma amazônico ocorreu em terras indígenas, unidades de conservação e nas florestas públicas não destinadas, que foi o principal alvo de grileiros.
Durante a votação, Amom chamou o parlamento para a responsabilidade em fazer uma contribuição ativa pela preservação da Amazônia já que a região é um dos principais temas globais quando se trata de mudanças climáticas e desenvolvimento. “É importante alertar que o aumento de crimes ambientais em nosso país tem um impacto econômico, pois aumenta a resistência do mercado mundial em produtos brasileiros, em especial os oriundos do agronegócio”, advertiu.