O governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil), rebateu nesta terça-feira (17) denúncias feitas por médicos sobre atrasos salariais e insatisfação com a nova gestão do Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto. A unidade passou a integrar o Complexo Hospitalar Zona Sul, sob administração da Associação de Gestão, Inovação e Resultados em Saúde (Agir), após fusão com o Instituto da Mulher Dona Lindu.
Em coletiva de imprensa, Wilson Lima negou as acusações de suspensão de serviços e afirmou que a nova gestão busca ampliar os atendimentos, com um aumento nas cirurgias ortopédicas diárias de seis para 15 em um mês. Ele também garantiu a contratação de 300 novos profissionais e a expansão dos leitos para 46.
“Não há suspensão, pelo contrário, ampliamos a quantidade de leitos. Do dia primeiro de dezembro até agora, já foram contratadas 300 pessoas”, disse o governador.
Lima também rebateu críticas sobre a substituição de médicos locais, afirmando que a empresa foi orientada a priorizar profissionais do estado. “Chamei a empresa e disse que não queria que trouxesse ninguém de fora. Agora, se o médico não quiser atender às exigências, como cumprir plantões e horários, paciência”, completou.
Na segunda-feira (16), cirurgiões e ortopedistas publicaram vídeos nas redes sociais relatando atrasos de salários de até três meses e a substituição de profissionais locais por médicos de fora do estado. Em entrevista concedida à imprensa, Marcus Assayag Cohen, presidente do Instituto de Cirurgiões do Estado do Amazonas (ICEAM), a Agir “não tem condições de assumir a continuidade dos trabalhos” e destacou que há urgência na resolução do problema.
“Desde setembro deste ano, não recebemos nossos salários. A nova empresa que a Agir escolheu para gerir o hospital não tem a menor condição de assumir a continuidade do nosso trabalho”, afirmou o médico.
Sobre os atrasos salariais, Wilson Lima afirmou que os pagamentos são realizados dentro de 30 dias e que o governo já quitou mais de R$ 6 milhões em dívidas com fornecedores neste mês. Contudo, ele não comentou diretamente as denúncias dos médicos sobre os atrasos de três meses.
Lima enfatizou ainda que a nova gestão tem como meta acabar com os pacientes nos corredores do hospital, prometendo atendimento imediato a acidentados. “Essa semana não terá mais ninguém no corredor do 28. Já determinei à empresa que o paciente que chegar lá acidentado seja operado em até 24 horas”, afirmou.