O depoimento do deputado estadual do Amazonas, Fausto Junior (MDB) foi marcado pelas acusações entre o depoente o presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD). De uma lado, o deputado relembrava um escândalo que envolve Aziz e família, a Operação Maus Caminhos. Do outro, o senador acusou a mãe de Fausto, conselheiro do Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM), de enriquecimento ilícito.
Entretanto, o senador até tentou, mas não conseguiu quebrar o sigilo fiscal e bancário da conselheira, assim como de apontados por ele. Isso porque, na sessão desta quarta-feira, 30, o relator da Comissão, senador Renan Calheiros (MDB-AL), do mesmo partido do senador Eduardo Braga (MDB), que por sua vez é do mesmo partido do deputado Fausto, argumentou contra esse ato.
Briga local por 2022
“Nós não podemos sob pretexto nenhum apequenar os trabalhos dessa comissão”, considerou Calheiros. Para ele, “Não é razoável que essa comissão se debruce sobre investigação específica de nenhum estado para atender ninguém.”. Dessa forma, o parceiro de Braga na CPI insinua que o pedido de Omar Aziz visa a briga eleitoral de 2022 no Amazonas.
Em resposta, Omar adia a votação do requerimento dele para sexta-feira, 02, mas não sem antes provocar Braga. “A pedido do senador Eduardo Braga, vou adiar para sexta-feira o pedido de investigação de que tem dentro do Tribunal de Contas e na pessoa da conselheira Yara Lins, seu filho, que foi o relator da CPI e das outras pessoas que estou quebrando o sigilo.”, anunciou o presidente da comissão.
Braga, no entanto, não deixou barato. “Não estou pedindo para que vossa excelência não investigue qualquer tipo de corrupção. Pedi para que vossa excelência cumpra o regimento. A fala de vossa excelência é maldosa em relação a mim e não quero que fique dúvidas para àqueles que nos assistem.”, retrucou.
A Comissão, em seguida, finalizou a análise de requerimentos e chamou o empresário Carlos Wizard para depor. Ele é suspeito de integrar o chamado “gabinete paralelo” do Ministério da Saúde.