A base aliada do prefeito David Almeida (Avante) na Câmara Municipal de Manaus (CMM) fez mais uma demonstração de fidelidade e amor incondicional ao gestor. Na última terça-feira (16), o que era pra ser apenas uma crítica por conta da demora no atendimento a requerimentos, se transformou num verdadeiro escarcéu.
O resultado da brincadeira foi uma hora de expediente perdida, uma vez que os problemas de Manaus ficaram em segundo plano para que os vereadores se digladiassem.
A confusão começou já na reta final da sessão quando o vereador Rodrigo Guedes (PSC) reclamou de alagamentos na Feira do Santo Antônio, dizendo que fez várias indicações ao longo do ano para que o problema fosse resolvido.
Ele afirma que um reparo básico foi feito no local somente quando parlamentares da base pediram, questionando uma suposta seletividade da Prefeitura na hora de analisar os requerimentos apresentados na casa.
Rodrigo tinha um tempo regimental de oito minutos, mas a sessão foi prorrogada até o fim da manifestação de todos os vereadores que se inscrevessem e acabou se estendendo por mais de uma hora.
Marcelo Serafim (PSB), líder do prefeito, fez jus ao título e foi o primeiro se levantar em defesa de David Almeida, lembrando que Guedes é oposição há pouco tempo.
Rodrigo rebateu dizendo que apoiou David na eleição sim, mas deixou de ser base por ver coisas que considera erradas, como o caso do escândalo das casas no Cidadão Manauara II.
No mesmo sentido de Guedes, Amom Mandel (sem partido) também de oposição, disse que tem 269 indicações e requerimentos não atendidos, pondo mais lenha na fogueira.
Já o vereador Sandro Maia (DEM) fez coro a favor de David e disse que a maioria dos requerimentos, de todos os vereadores, não são atendidos, o que considera normal.
William Alemão (Cidadania), Caio André (PSC), Sassá da Construção Civil (PT) e Raulzinho (PSDB) também se manifestaram, mas o destaque fica com o presidente da CMM, David Reis (Avante), que foi à tribuna, e em um discurso longo e inflamado, fez questão de fazer uma defesa ampla ao prefeito, com direito até ao slogan publicitário da prefeitura no final.
Vale lembrar que essa hora de expediente jogada fora é bem salgada para o bolso do contribuinte. Considerando o salário atual dos 41 vereadores e uma média otimista de horas trabalhadas por semana, o tempo utilizado para defender David Almeida, que poderia estar sendo usado para discutir os vários problemas que Manaus ainda tem, saiu por cerca de R$ 2,5 mil.