O Ministério da Saúde divulgou nesta segunda-feira (6) que 90% dos brasileiros que fazem parte da população-alvo receberam a primeira dose da vacina contra a Covid-19. A notícia foi divulgada em tom de comemoração, ainda que o próprio Governo Federal tenha dito, em setembro, que entregou lotes o suficiente para que todas as pessoas aptas a receber a vacina pudessem ser imunizadas com a primeira dose. No Amazonas, o número de cidadãos que ainda não receberam essa primeira parte da imunização, mesmo com vacina disponível, chega a 16,4%, bem maior que a média nacional. Os dados são Fundação de Vigilância em Saúde do Estado (FVS-AM).
Dados parciais do Programa Nacional de Imunização (PNI) apontam que, até este domingo (5), 5.103.258 doses foram aplicadas em todo o Estado, sendo 2.704.932 de primeira dose, 2.084.743 de segunda dose, 55.069 com dose única e 258.514 de terceira dose (dose de reforço).
Das 3.237.248 pessoas que, neste momento, já poderiam ter recebido a primeira dose, somente 2.704.932 foram se vacinar, o que significa que 532.316 amazonenses, mais de meio milhão de pessoas, o correspondente a cerca de 14% da população total, por algum motivo, não foi buscar o imunizante. Neste momento, a FVS tem pouco mais de 600 mil doses disponíveis, com expectativa de receber mais nas próximas semanas.
Dos faltosoa, 150.891 moram em Manaus, enquanto 381.425 estão no interior. As situações mais delicadas estão em Juruá, Anamã, Barcelos, Anori, Guajará, Canutama, Manaquiri, Ipixuna e Santa Isabel do Rio Negro, onde nem metade da população apta a se vacinar sequer iniciou sua imunização.
E os números podem ser ainda mais preocupantes, uma vez que os dados populacionais dos municípios estão desatualizados, uma vez que o censo mais recente é de 2010. Isso explica porque Japurá, Silves, Iranduba, Jutaí, Fonte Boa e Tefé apresentam um número de vacinados com a primeira dose superior ao da população total. Ou seja, pode ser a proporção real entre faltosos e vacinas aplicadas seja ainda maior.
Confira a lista do total com a população vacinada com a primeira dose em todas as cidades do Amazonas
Japurá – 207,3%
Silves – 130,5%
Iranduba – 123,7%
Jutaí – 114%
Fonte Boa – 107,6%
Tefé – 107,3%
Itamarati – 98,8%
Barreirinha – 95,2%
Itapiranga – 93,4%
Santo Antônio do Içá – 92,5%
São Gabriel da Cachoeira – 92,3%
Manaus – 91,5%
Carauari – 90,6%
Urucuará – 89,1%
Parintins – 87,5%
Alvarães – 85,7%
Itacoatiara – 84,5%
Boa Vista do Ramos – 83,5%
Nhamundá – 81,7%
Maués – 81,4%
Benjamin Constant – 80%
Presidente Figueiredo – 79,8%
Autazes – 79,7%
Manacapuru – 79,1%
Tonantins – 76,9%
Manicoré – 74,6%
Boca do Acre – 74,1%
Lábrea – 74%
Humaitá – 73,6%
Careiro – 72,1%
Uarini – 72%
Amaturá – 71,4%
Caapiranga – 70,1%
Beruri – 69,2%
Borba – 67,4%
Tapauá – 66,1%
Envira – 65,7%
Novo Airão – 63,7%
Eirunepé – 63,1%
Rio Preto da Eva – 60,8%
Urucurituba – 60,8%
Apuí – 59,8%
Pauini – 58,9%
São Sebastião do Uatumã – 58,9%
Coari – 58,7%
Maraã – 58,2%
Careiro da Váreza – 57,9%
Novo Aripuanã – 57,8%
Codajás – 57,5%
Nova Olinda do Norte – 56%
São Paulo de Olivença – 55,4%
Atalaia do Norte – 54,9%
Tabatinga – 54,8%
Juruá – 49,9%
Anamã – 49,2%
Barcelos – 48,4%
Anori – 48,1%
Guajará – 48%
Canutama – 47,4%
Manaquiri – 46,4%
Ipixuna – 45,3%
Santa Isabel do Rio Negro – 44,5%
De acordo com a diretora-presidente da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Drª Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), Tatyana Amorim, a Secretaria Estadual de Saúde (SES), explica os motivos que estão levando pessoas a recusar a vacina no interior, e diz que as secretarias de saúde locais estão sendo orientadas a aplicar ações para conscientizar se sensibilizar a população quanto à importância da vacina.
“Entre os desafios relatados pelos municípios para a recusa vacinal, estão: receio de reação após a aplicação da dose da vacina, questões culturais e/ou religiosas. As secretarias municipais de saúde são orientadas a realizar a estratégia de busca ativa aos contemplados na vacinação contra Covid-19 com ações dentro das Unidades Básicas de Saúde e em ocasiões extramuro, como postos de vacinação em espaços estratégicos com grande circulação de pessoas além da sensibilização dos moradores de cada em casa, explicando os benefícios da vacina e desmistificando notícias falsas sobre a imunização”, disse.
Ômicron e as festas de final de ano
Até o momento, segundo a SES, nenhum caso da nova variante da Covid-19, a Ômicron, foi diagnosticado no Amazonas. Tatyana Amorim informa que o monitoramente segue normalmente.
“O monitoramento das variantes do novo coronavírus identificadas no Amazonas é a partir da coleta de amostras de pacientes confirmados para Covid-19 que são, primeiramente, encaminhadas ao Laboratório Central de Saúde Pública do Amazonas (Lacen-AM) e, posteriormente, a laboratório do Instituto Leônidas e Maria Deane (Fiocruz Amazônia) para realização de sequenciamento genético que é capaz de detectar a variante do novo coronavírus das amostras, incluindo a variante recém-descoberta Ômicron”, completou.sob
Sobre as festas de final de ano, a diretora lembra que o atual decreto estadual permite eventos com público, desde que sejam cumpridos protocolos de segurança.
“Todos os eventos com público, que estão autorizados por decreto estadual, devem seguir as recomendações de cumprimento dos protocolos sanitários de prevenção à Covid-19 específicos para a realização de shows musicais, disponível no site da FVS. A FVS-RCP informa, ainda, que a realização de grandes eventos com presença de público será tratada pelo Comitê de Enfrentamento à Covid-19 do Amazonas”, concluiu.