Você está lendo ou ouvindo este texto, certamente por meio de algum dispositivo informático, seja ele: computador; tablet; smartphone; etc.
Você deve possuir contas, em algum dos provedores de aplicativos disponíveis, expressão assim definida pelo Marco Civil da Internet, para regular a sua relação com as empresas ao usar as várias mídias sociais, contas em aplicativos e etc.
Você já realizou compras on-line ou, ao menos, pesquisou produtos e serviços nos e-commercers? Utiliza, diariamente, mensageiro como o WhatsApp, Telegram ou Signal? Usa site de buscas como o Google, Bing, Yahoo? Já assistiu vídeos no Youtube? Já realizou vídeo-chamadas? Já participou de reuniões on-line? Participou de eventos e cursos on-line? Tirou selfies? Utiliza streaming?
Esses são alguns exemplos de que a vida humana está sendo digitalizada. Ou seja, as relações sociais hoje ocorrem no mundo digital, que aparenta ser uma outra dimensão ou algo invisível, mas se materializa através do uso de dispositivos informáticos, algoritmo, software, internet.
A vida digital que existe hoje, não foi prevista pela criadora do primeiro algoritmo da história da humanidade, a Condessa Ada de Lovelace. Nem foi vislumbrada por Alan Turing, conhecido como o pai da computação, que teve importante contribuição na criação do computador moderno, através da máquina de Turing. Essa vida digital também não foi cogitada pelos criadores da internet, ainda no projeto ARPANET e nem na criação e padronização do TCP/IP.
Atualmente, verifica-se que, na história da humanidade, nunca se produziu tantos dados, nunca se fez tantas fotos digitais, nunca se produziu e assistiu tantos vídeos, nunca se comprou tanto on-line, como agora.
No mundo digital, não há grandes tempo e nem longas distâncias, tudo é instantâneo, depende de um click. Com isso, a noção de tempo e espaço na vida digital é outra, diferente da que existe apenas no mundo analógico. Hoje o homem que criou tudo isso é obrigado a repensar a existência dele próprio no mundo.
A vida digital oferece abundância. Um grande mix de informações, network, serviços, produtos e sonhos. Tudo ocasionado pelo aumento da capacidade de processamento e armazenamento dos computados, além da digitalização de quase tudo por conta da desmonetização de produtos e serviços. Também pela democratização do acesso a serviços digitais a pessoas desfavorecidas economicamente.
Mas, essa vida digital ocasiona reflexos na ciência do direito, assim surgiu o Direito Digital, que além de ser a atualização do Direito, possui como campo de estudo a análise da vida digital e suas consequências, assim como a conexão entre o direito e as tecnologias digitais e a robótica.
Nesse espaço, denominado “Vida Digital”, dialogaremos, semanalmente, sobre a relação tecnológica, direito e sociedade, sejam elas entre pessoas físicas e jurídicas. Pois, diariamente, verifica-se a proliferação de desinformação (fake News); aumento das reclamações com o e-commerce; proliferação de crimes digitais; aumento da invasão em dispositivos informáticos; ataques dos criminosos através do uso do WhatsApp; proliferação de ofensas e discursos de ódio e racistas na internet; incitação à violência; etc.
São vários assuntos para dialogarmos, e ainda haverá outros mais que surgirão. Deixe seus comentários, perguntas, dicas de assuntos para a coluna Vida Digital.
Lembre-se que a sua pegada digital cresce diariamente.
Até a próxima semana!