Em um mês, os deputados estaduais acumularam 36 faltas a sessões da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam). As ausências representam R$ 70 mil em ‘prejuízo’, já que as faltas foram justificadas e não acarretaram em descontos no salário dos parlamentares.
O montante é a multiplicação do custo de cada presença em plenário (R$ 1.947,86) pelo número de faltas. Para chegar neste custo, é preciso dividir o salário dos deputados (R$ 25.322,25) pelo número de sessões realizadas em todo o mês de fevereiro (13 sessões).
O levantamento foi feito pelo Manaus 360°, com dados públicos disponíveis no sistema de apoio ao processo legislativo (SAPL), da Al
A rotina de trabalho dos deputados estaduais é bem diferente de um trabalhador comum, já que os parlamentares só precisam comparecer à Assembleia três vezes por semana. Até mesmo a justificativa de faltas é diferente. Na última quarta-feira (23), por exemplo, o deputado Dermilson Chagas entrou na sessão, de forma virtual, apenas para dizer que não poderia participar. Mesmo assim, teve sua presença registrada normalmente.
Mais faltosos
Em fevereiro, o campeão de faltas foi o deputado Álvaro Campêlo (PP). Com seis faltas, o deputado deixou de comparecer a quase metade das sessões ocorridas na Assembleia. Em seguida, estão Cabo Maciel (PL) e Nejmi Aziz (PSD), ambos com cinco faltas, e Adjuto Afonso (PDT), com quatro ausências.
A Assembleia também registrou três faltas para os deputados Abdala Fraxe (Podemos), Belarmino Lins (PP), Carlinhos Bessa (PV), Dr. Gomes (PSC), Fausto Jr (MDB) e Wilker Barreto (sem partido); duas faltas para Mayara Pinheiro (PP); e uma falta para Delegado Péricles (PSL), João Luiz (Republicanos) e para o presidente da Casa, Roberto Cidade (PV).
Não faltaram a nenhuma sessão os deputados Dermilson Chagas (sem partido), Felipe Souza (Patriota), Joana Darc (PL), Ricardo Nicolau (Solidariedade), Saullo Viana (PTB), Serafim Corrêa (PSB), Sinésio Campos (PT), Therezinha Ruiz (PSDB) e Tony Medeiros (PSD).
Entre as justificativas dadas pelos deputados estão viagens, visitas a órgãos públicos, agendas fora do estado e tratamento de saúde (caso da deputada Nejmi Aziz). Com a pandemia, a Aleam adotou o trabalho híbrido e os deputados não precisam estar presencialmente no plenário. Basta acessar o sistema de videoconferências, mesmo com áudio e imagem desligados.
Faltas paralisam votações
Nas últimas semanas, após a Assembleia não realizar votações por falta de quórum, deputados cobraram publicamente que os colegas de parlamento estivessem mais presentes no plenário. Foi o caso de Serafim Corrêa (PSB). “Nós temos assuntos relevantes para discutir, nós temos matérias relevantes para votar, mas o nosso quórum está sempre muito baixo”, ressaltou.
Para Wilker Barreto (sem partido), as ausência têm relação com as eleições de outubro. “Eu sei que é possível, sim, conciliar os trabalhos legislativos com o período de pré-campanha”, apelou, da tribuna da casa legislativa.