O deputado estadual Sinésio Campos (PT) expôs um desconforto com o deputado federal e correligionário Zé Ricardo. Em entrevista nesta terça-feira (22) à rádio Band News, o presidente da CPI da Energia na Assembleia Legislativa criticou o colega pelo lobby público para que o ex-senador João Pedro seja o nome da sigla na disputa pelo governo do Amazonas nas eleições deste ano.
Segundo ele, o plano da executiva nacional petista é não ter um candidato majoritário no Amazonas e apoiar Omar Aziz (PSD) para a reeleição ao Senado. Já Zé Ricardo deu declarações públicas de que apoiaria o nome de João Pedro em uma eventual disputa pelo governo estadual.
“É bom que se diga que agora tem uma posição clara da direção nacional de não ter candidatura própria tendo em vista que quem tem a possibilidade quantitativa é o José Ricardo, que deixou claro que não quer, pela terceira vez, disputar um cargo majoritário. [E ele] fica indicando o João Pedro para candidato”, disse.
Apoio de Lula
De acordo com o parlamentar, o ex-presidente Lula, principal liderança petista, chegou a avaliar, em sua passagem por Manaus, que o ex-senador João Pedro disputaria uma eleição ao governo apenas para “marcar posição” e que este não é o objetivo do partido neste momento.
“O presidente Lula deixou claro que o PT não está somente para marcar posição de candidatura e que quem pretende ser candidato ao governo tem voto para ser deputado federal. Ele deixou bem clara a posição em relação ao nome do João Pedro, por quem tenho o maior respeito. Mas foi o presidente Lula que falou”, concluiu.
Segundo ele, o ex-presidente, que é um dos mais fortes candidatos ao Palácio do Planalto, acredita que João Pedro deveria disputar uma vaga na Câmara dos Deputados, o que ajudaria o partido a aumentar o quociente eleitoral e impulsionar a disputa proporcional.
Disputa em 2020
Na entrevista, Sinésio lembrou da disputa interna para representar o partido na corrida pela prefeitura de Manaus em 2020. Na época, o deputado estadual chegou a vencer a convenção municipal, mas teve o nome preterido pela cúpula do PT em Brasília, que indiciou Zé Ricardo, que acabou ficando em terceiro lugar nas eleições.
“O PT é um partido nacional e não uma capitânia hereditária. É bom lembrar que eu fui eleito como pré-candidato a prefeito de Manaus pela convenção municipal e a nacional decidiu apoiar outro candidato que não fui eu”, lembrou. Sinésio admitiu que, à época, se sentiu contrariado.