Os gastos da prefeitura de Manaus com repasses a empresas que operam o sistema de transporte coletivo na capital saltaram de R$ 147 milhões para R$ 280 milhões em 2021, o que representa um crescimento de 90% no primeiro ano da gestão David Almeida (Avante).
Os números foram apresentados nesta quinta-feira (9) pelo vereador Amom Mandel (Cidadania) durante coletiva de anúncio de um dossiê sobre as condições do transporte público em Manaus.
Segundo Amom, em 2020, no último ano da gestão Arthur Neto (PSDB) os repasses somavam cerca de R$ 147 milhões. O vereador também destacou que uma das promessas de campanha de David Almeida era reduzir o valor dos repasses feitos pela prefeitura às empresas.
Durante a campanha eleitoral de 2020, David e Marcos Rotta (candidato a vice na chapa de Almeida) fizeram duras críticas aos repasses feitos por Arthur Neto. Na época, Rotta chegou a dizer que a prefeitura tinha virado uma “ama de leite dos empresários do transporte coletivo”.
O subsídio às empresas vem desde dezembro 2019, com a criação do Fundo Municipal de Mobilidade Urbana (FMMU) com a intenção de promover melhorias no sistema de transporte da capital e manter o preço da passagem a R$ 3,80 — valor que não é alterado a cinco anos.
Além disso, o repasse mensal da prefeitura garante a gratuidade para estudantes (em parceria com o governo do Amazonas), idosos e pessoas com deficiência. Apesar do valor de catraca ser R$ 3,80, o valor real da tarifa em Manaus, considerando os subsídios, é de R$ 5,30.
Segundo Amom, o montante pago pela prefeitura às empresas em 2021 seria suficiente para custear 280 creches ou 62 unidades básicas de saúde. “Na prática, depois que [David Almeida] assumiu, praticamente dobrou os subsídios pagos. Acho que ele podia pelo menos prestar contas do motivo pra ele ter feito isso”, disse o vereador.