Com o início oficial da campanha eleitoral nesta terça-feira (16), os oito candidatos ao governo do Amazonas intensificaram as ações nas redes sociais. As plataformas Facebook e Instagram são as favoritas dos candidatos na tentativa de se aproximar e conquistar o eleitorado.
Entre os candidatos mais bem colocados nas pesquisas eleitorais, Amazonino Mendes (Cidadania) tenta reforçar uma imagem jovem e despojada, investindo em um tom de ‘blogueiro’ bem humorado, com vídeos na feira, bebendo cerveja, tomando água de coco, cortando o cabelo e comendo uma bala de mangarataia.
Já o governador Wilson Lima (União Brasil), candidato à reeleição, ressaltou o conteúdo religioso, com a realização de um culto e imagens de um encontro com pastores da igreja Assembleia de Deus. A campanha de Wilson também destaca ações do governo e caminhadas nas ruas.
O senador Eduardo Braga (MDB) é o único a usar a imagem de um candidato à presidência, fazendo menção ao ex-presidente Lula (PT). Assim como Wilson, Braga aposta em imagens de caminhadas, adesivaços e outras ações que mostrem apoio popular à candidatura do senador.
Com uma ação mais tímida nas redes, Carol Braz (PDT publicou apenas um vídeo se apresentando e pedindo votos. Já o deputado Ricardo Nicolau (Solidariedade) usou imagens mais fechadas (que não dão a dimensão certa do número de pessoas) para registrar a primeira caminhada da campanha, no Centro de Manaus.
Apesar do número de seguidores, Henrique Oliveira (Podemos) não movimentava as redes sociais até o início da campanha nesta terça-feira; Com apenas 62 seguidores nas redes sociais, Nair Blair (Agir) tem o desafio de se fazer conhecida pelo público. O médico Israel Tuyuka (Psol) nem mesmo possui algum perfil nas redes.
Os candidatos mais seguidos
- Wilson Lima – 487 mil seguidores (181 mil no Facebook e 306 mil no Instagram)
- Eduardo Braga – 377 mil seguidores (326 mil no Facebook e 51 mil no Instagram)
- Amazonino Mendes – 120 mil seguidores (63 mil no Facebook e 57 mil no Instagram)
- Henrique Oliveira – 103 mil seguidores (94 mil seguidores no Facebook e 9 mil no Instagram)
- Ricardo Nicolau – 52 mil seguidores (34 mil no Facebook e 18 mil no Instagram)
- Carol Braz – 37 mil seguidores (16 mil no Facebook e 21 mil no Instagram)
- Nair Blair – 62 seguidores (56 no Facebook e 6 no Instagram)
- Israel Tuyuka – sem rede social
Vitrine virtual
O professor Raniere Almeida, especialista no ambiente digital, lembra que a internet tende a potencializar as discussões e a transmissão de informações políticas, formando laços de forma autônoma. “Nos últimos anos, em especial com a pandemia em 2020, os candidatos visualizaram as redes sociais como ferramentas úteis na campanha até porque ela aprofunda a relação com os atores políticos”, ressalta.
“Nas últimas eleições, apesar do seu potencial, alcance e segurança, o uso das redes sociais não foi usado em todo o seu potencial pelos candidatos. Mesmo assim, em muitos lugares a internet teve um maior alcance nas eleições que outros meios de comunicação, inclusive, o rádio e a televisão”, completou.
Regras para propaganda
Uma resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) define regras para candidatos fazerem propaganda eleitoral nas redes sociais. As determinações são as mesmas para páginas ou blogs na internet: os candidatos, partidos políticos e coligações ou federações devem informar seus endereços à Justiça Eleitoral.
O TSE também estabelece que a propaganda eleitoral paga na internet deve ser feita somente por candidatos, partidos, coligações ou federações partidárias e precisa ser identificada como tal onde for exibida. O tribunal não considera propaganda eleitoral a publicação com elogios ou críticas a candidatos que seja feita por eleitores em suas páginas pessoais.
Apoiadores podem publicar conteúdo, mas não devem recorrer ao impulsionamento pago para alcançar maior engajamento. E é proibido contratar pessoas físicas ou jurídicas que façam publicações de cunho político-eleitoral em suas páginas na internet ou redes sociais.
Para combater a desinformação nas eleições, o TSE firmou acordo este ano com Facebook, Instagram, Twitter, Google, WhatsApp e TikTok. A parceria não inclui o Telegram, mas o tribunal já tem um canal no aplicativo.