Candidato ao governo do Amazonas, Eduardo Braga (MDB) fugiu pela tangente ao ser questionado a respeito do voto pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), de quem foi ministro de Minas e Energia. Mesmo não sendo muito claro, o senador deu a entender que este é um assunto superado entre ele e o ex-presidente Lula (PT).
Braga foi entrevistado nesta terça-feira (30) na rádio CBN Manaus. Ao longo da entrevista, o senador mostrou facilidade em desviar de perguntas espinhosas. Foi o que ele fez quando perguntado sobre o voto a favor do impeachment de Dilma Roussef, em 2016, considerado até hoje pelos petistas como uma traição à ex-presidente.
O senador falou da relação antiga que tem o ex-presidente e disse que Dilma caiu por falta de governabilidade.
“Minha relação com o presidente Lula é muito antiga, eu o apoio desde 1998, portanto não é de hoje. O que aconteceu com a presidente Dilma é que ela perdeu as condições de governabilidade. Quando a admissibilidade do impeachment aconteceu na Câmara, a situação de governança no país derreteu, […] Mas, como diz o próprio presidente Lula, nós estamos olhando para frente”, disse.
Relação com Bolsonaro
Ao ser perguntado sobre a relação que pode vir a ter com o presidente Jair Bolsonaro (PL) em uma eventual reeleição, ele optou por cutucar Wilson Lima (União Brasil).
“Se for o Bolsonaro [o presidente], e eu o governador, eu vou me fazer respeitar. O Amazonas precisa de líder que não seja acovardado, que não tenha o rabo preso e que não fique com medo de defender o Amazonas porque está dependendo da proteção do presidente para se salvar de processo. Já fui líder de oposição e nem por isso deixei de conversar, de dialogar e de, com habilidade, construir soluções”, concluiu.
Terceira via
Eleito em 2002 e reeleito em 2006, Braga fracassou nas últimas duas tentativas de voltar ao governo — em 2014 e em 2017. Neste momento, ele aparece em terceiro nas principais pesquisas de intenção de voto, atrás de Amazonino Mendes (Cidadania) e Wilson Lima.
Sem responder o que pretende fazer para mudar o quadro, ele tentou justificar as duas últimas oportunidades em que acabou não conseguindo vencer a disputa.
“Cada eleição é uma eleição. Em 2014, a eleição foi fraudada. De que jeito terminou o José Melo? Foi cassado, ele e o vice dele. Em 2017, nós vivíamos a maior criminalização da política na história do Brasil. Isso não aconteceu só com o Eduardo. Aconteceu com o Eduardo, com o Lula, com vários”, disse.