O início das atividades na Assembleia marca o mês da conquista do voto feminino no Brasil. A nova bancada feminina para o legislativo amazonense é a maior eleita em um pleito, com o total de cinco deputadas estaduais, ultrapassando o número da eleição anterior. Mesmo sendo um recorde até o presente momento, o número é desigual em relação ao total de 24 vagas para deputados na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam).
Dentre as cinco parlamentares, a deputada Alessandra Campêlo (PSC) é uma das representantes das mulheres que está há mais tempo na Aleam, a caminho do nono ano no cargo. A deputada entrou na casa legislativa como a única mulher entre os 24 deputados em 2015. Em 2018, foi reeleita com a companhia de mais três deputadas.
Em entrevista ao M360, a deputada Alessandra Campêlo disse que sentiu orgulho por ter sido eleita em 2014, mas que enxergou a necessidade de mais mulheres na política.
“Ao mesmo tempo que tinha orgulho de estar lá, eu tinha uma vontade muito grande de que nós fossemos muitas, porque às vezes me sentia sozinha com alguns assuntos, com algumas pautas voltadas à mulher. Acho que ter mais mulheres é importante para democracia e, mais que isso, a gente se sente de verdade fazendo parte. Então era muito ruim ser uma voz isolada dentro da Assembleia”, declarou.
Pautas voltadas às mulheres
A deputada tem atuação principalmente em discussões sobre violência de gênero dentro da Assembleia, e expressou a importância de existir alguém que levasse essa pauta para frente, mesmo quando estava solitária dentro da casa legislativa.
“Desde o primeiro mandato e meu primeiro dia na Assembleia, isso foi presente. A minha primeira proposta foi de garantir a participação feminina na Mesa Diretora, algo que se concretizou já no segundo mandato”, contou.
Apesar do crescimento de deputadas eleitas de forma direta, a bancada feminina representa menos de 21% no atual pleito. Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram que 51% do
eleitorado no estado, entretanto, são mulheres. Este cenário levou quase duzentos anos para acontecer na Assembleia, mas, por enquanto, a deputada Alessandra Campêlo acredita ser um marco dentro da casa legislativa, onde discussões antes mais difíceis agora podem ter um amplo debate.
“Eu acredito que a gente passa a ter cada vez mais força de levar a pauta feminina adiante, de fazer com que os homens apoiem também. Acho que conseguimos dar visibilidade pras mulheres quando tem cinco [deputadas] na Assembleia. Estou sonhando que um dia tenhamos treze, já que nós somos a maioria da população. Seria justo e representativo”, disse.
Na presente legislatura as deputadas Alessandra Campêlo, Debora Menezes (PL), Dra. Mayara (Republicanos), Joana Darc (União Brasil) e Mayra Dias (Avante) são os nomes que compõe essa bancada feminina.
Nomes de destaque na história
Na história da Aleam, as mulheres começaram a tomar posse em 1935, três anos depois de conquistar o direito ao voto. A primeira mulher eleita à deputada estadual foi Maria de Miranda Leão, a “Mãezinha”. Outro nome de destaque no passado é a parlamentar Beth Azize, primeira mulher a ser presidente da casa legislativa.