Aos 83 anos, morre Amazonino Armando Mendes no domingo (12), em São Paulo, onde estava internado no hospital Sírio Libanês para tratar de uma pneumonia. Em nota, a família diz que o político teve “uma vida vitoriosa dedicada com muito amor à família e ao povo do Amazonas”.
Ele foi prefeito de Manaus por três vezes, governador do Amazonas quatro vezes e senador da República. Ele foi responsável pela construção de hospitais como Francisca Mendes e o João Lúcio, fez também o complexo da Ponta Negra e, na educação, criou a Universidade Estadual do Amazonas (UEA).
Se Amazonino Mendes teve um ‘pai’ na política — Gilberto Mestrinho, o ‘boto’ —, ele também foi ‘pai’ de uma geração inteira de políticos que o sucederam, entre eles, os senadores Eduardo Braga e Omar Aziz.
Um pouco da história
Amazonino Armando Mendes nasceu em Eirunepé (a 1,1 mil km de Manaus), em 1939. Era advogado, empresário e político amazonense. Com o apoio de Gilberto Mestrinho, ele foi prefeito de Manaus pela primeira vez (de 1983 a 1986), nesse período criou os programas Leite do Meu Filho, Espiral, Restaurante do Pequeno Trabalhador. Além disso, regularizou invasões, urbanizou bairros e a tarifa do transporte coletivo subiu em 100%.
No cargo de governador pela primeira vez (1987 a 1990), Amazonino distribuiu motosserras a pessoas interior. Nesse mandato, ele também tentou extinguir a Polícia Civil do Amazonas, isso porque, segundo ele justificou na época, “a polícia civil passou a ser comparsa de bandidos, levando à degeneração da instituição”.
Foi em 1990 que o “Negão” se tornou senador da República, mas não concluiu o mandato porque em 1993 retornou à prefeitura de Manaus. Nessa época que Manaus conheceria o complexo da Praia da Ponta Negra. Depois, ele deixa a prefeitura para assumir o segundo mandato de governador, eleito em 1º turno.
Foi no segundo mandato como governador (1995 a 1998) que Amazonino construiu o Hospital João Lúcio, os Centros de Atenção Integral à Criança e ao Adolescente (Caics) e à Melhor Idade (Caimis), o hospital Francisca Mendes e no campo da educação, nasce a Universidade do Estado do Amazonas (UEA), única universidade estadual do Amazonas até hoje. Amazonino também foi o primeiro governador do Amazonas a ser reeleito, em 1998.
O último mandato de Amazonino Mendes foi como governador tampão depois que o ex-governador José Melo é cassado pela Justiça Eleitoral. Nas eleições de 2022, ele chegou a se candidatar ao cargo de governador, mas ficou em terceiro lugar entre os mais votados.