Conhecido por diversas polêmicas, o prefeito de Borba, Simão Peixoto (PP), foi preso na capital do estado nesta sexta-feira (3) a pedido do Ministério Público do Amazonas (MP-AM). O motivo da prisão ainda não foi revelado, mas especula-se que tenha sido pela ameaça de Peixoto contra a vereadora Enfermeira Tatiana (PTB), sua opositora na Câmara Municipal de Borba.
O prefeito, na época da campanha eleitoral de 2022, publicou um vídeo chicoteando uma tábua e dizendo “uma ripada para a vereadora Tatiana para ela respeitar a saúde do município de Borba”.
As imagens foram exibidas em novembro no plenário da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) pela deputada estadual Alessandra Campêlo (PSC), que entrou com uma representação contra Peixoto no MP, na Delegacia da Mulher e no Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM).
Peixoto foi detido no início da tarde após o desembargador Anselmo Chíxaro, do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), aceitar o pedido de prisão do Ministério Público. Ele foi encaminhado para o Centro de Detenção Provisória de Manaus (CDPM) II, localizado na BR-174, após passar por exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML).
Polêmicas em série
A ameaça contra uma vereadora não é a única das polêmicas envolvendo o nome de Simão Peixoto. Também durante o período eleitoral, o prefeito agrediu o deputado estadual Roberto Cidade (União), presidente da Aleam, com um soco no rosto durante um comício ao lado do governador Wilson Lima (União) no município de Borba.
Antes disso, na época da dos severos lockdowns determinados devido à pandemia de Covid-19, Simão Peixoto organizou uma luta em um octógono improvisado contra o ex-vereador Erineu Alves da Silva (Podemos), conhecido como Mirico. Na transmissão publicada nas redes sociais, Peixoto é declarado vencedor da luta, apesar de apanhar bastante de Mirico.
O prefeito de Borba precisou usar óculos escuros e máscara nos dias seguintes para esconder os hematomas. A luta gerou ainda mais dor de cabeça para Simão Peixoto, que virou alvo do Ministério Público e da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM). O MPAM apurou suspeitas de improbidade administrativa cometida pelo gestor.
O promotor de Justiça Marcelo de Salles Martins destacou que o órgão verificaria “se foi destinado dinheiro público para esse evento, se foi utilizado espaço público para isso, se houve cobrança de ingressos, pagamento de bolsas”.
Já no âmbito da saúde pública, Peixoto também foi alvo de monitoramento da FVS por promover um evento com aglomeração em meio à pandemia. O órgão buscou verificar possível desrespeito ao decreto estadual que estabelecia protocolos sanitários contra a doença.