O líder indígena Marivelton Baré, diretor-presidente da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn), criticou a criação de uma secretaria voltada à mineração e ao gás natural pelo governador Wilson Lima (União). Marivelton destaca que a mineração não irá resolver as diversas demandas e políticas necessárias para o estado do Amazonas.
“Não adianta só querer industrializar sem olhar a situação do Amazonas, para as comunidades, seus povos, seus protocolos, os impactos ambientais e culturais”, pontuou.
O líder indígena destacou ainda a questão do protocolo de consulta para “garantir que as áreas afetadas possam ser ouvidas e seus posicionamentos respeitados, assim como prevê a Convenção 169, a qual o Brasil é signatário”.
Há de se lembrar a forte disputa entre o povo indígena Mura com a empresa Potássio do Brasil no município de Autazes, a 113km de Manaus. A empresa está com as atividades paralisadas devido a uma disputa no Ministério Público Federal, que conseguiu evidências de exploração ilegal de potássio em terra indígena não demarcada.
Marivelton ressaltou que a exploração mineral “pode até apontar uma fonte econômica, mas não é o suficiente para manter a sobrevivência física e econômica da população”.
“[É preciso] pensar em outros projetos que deem uma sustentação econômica e social para a população. Hoje somos o estado com o maior número de população indígena, mas com poucas políticas implementadas aos territórios”, concluiu.