O Local Casa de Praia, complexo que o prefeito David Almeida (Avante) promete inaugurar no próxima dia 1º de maio, dominou as discussões na sessão desta terça-feira (18) da Câmara Municipal de Manaus (CMM). Segundo vereadores, há um suposto direcionamento nos contratos de concessão para as empresas que vão operar no espaço.
Quem trouxe o tema para o plenário foi o vereador Elissandro Bessaq (Solidariedade), que criticou a falta de transparência da prefeitura de Manaus em relação ao processo licitatório. Em março, o secretário Radyr Júnior, de empreendedorismo, informou que as empresas já estavam em processo de instalação no local.
“Existe uma grande interrogação que a população de Manaus e os órgãos de fiscalização querem saber: quais são as empresas que vão ocupar aquele espaço, qual o critério de escolha que a prefeitura está usando para ceder o espaço para essas empresas trabalharem lá?”, questionou o vereador.
“O fuxico está grande sobre aquela região”, disse o vereador William Alemão (Cidadania), que, assim como os vereadores Diego Afonso (União Brasil) e Capitão Carpê (Republicanos), também disse ter ouvido relatos de direcionamento na ocupação do lugar.
Na segunda-feira (17), um requerimento de informações sobre os contratos do Casa de Praia, de autoria do vereador Rodrigo Guedes (Podemos), foi retirado de pauta após pedido de vistas conjuntas. Para ele, as denúncias vão além do “fuxico” citado por Alemão.
“Aquela obra do Local Casa de Praia pode ser administrada até pelo Elon Musk, desde que seja de forma transparente, justa e com uma ampla concorrência. A gente sabe que isso não é fuxico e fofoca. Isto é uma realidade: está se encaminhando para um direcionamento”, ressaltou.
Mesmo sem a aprovação do requerimento, os vereadores esperam a presença de Radyr Júnior para prestar esclarecimentos sobre a Casa de Praia nesta quarta-feira (19) na Casa Legislativa.
Segundo o líder do prefeito na CMM, vereador Fransuá Matos (PV), o problema dos contratos no Complexo da Ponta Negra vêm da gestão do ex-prefeito Arthur Neto (sem partido). “A Ponta Negra já foi recebida dessa forma, com contratos precários, e já foi dado o início ao processo licitatório”, sustentou ele.