Algo chamou a atenção de quem acompanhou a apuração dos deputados estaduais que vão integrar a Assembleia Legislativa do Amazonas a partir de 2023: sete dos 10 novos parlamentares têm grau de parentesco com outros políticos experientes do estado.
O professor Luiz Antônio compara a Assembleia Legislativa a uma empresa. “Normalmente são as empresas que têm uma política de sucessão, para que os filhos possam ir ascendendo na carreira para assumir o lugar dos pais”, destacou.
“O filho do empresário que tá dentro da empresa vai defender os interesses da empresa, é óbvio. Quais os interesses que os filhos e mulheres de parlamentares vão defender dentro da Assembleia do Amazonas: os interesses da sociedade ou os interesses da ‘empresa’ familiar?”, indagou.
De pai para filho
No Avante, por exemplo, temos Daniel Almeida (irmão do prefeito de Manaus) e Mayra Dias (esposa do prefeito de Parintins). Pelo União Brasil, Thiago Abrahim (filho do prefeito de Itacoatiara) ocupou uma vaga na Aleam.
A lista não para por aí: Cristiano Dangelo (irmão do prefeito de Manacapuru) também vai ocupar uma vaga pro MDB. Dan Câmara (PSC) é irmão de deputado federal Silas Câmara, enquanto George Lins (União Brasil) é filho do deputado estadual Belarmino Lins (PP). Fechando a lista, Débora Menezes (PL) é filha de Coronel Menezes, que concorreu a uma vaga no Senado.
Mas não são só os deputados novatos que têm parentesco com políticos experientes. Mayara Pinheiro (Republicanos), por exemplo, é filha do ex-prefeito de Coari, Adail Pinheiro; e o presidente da Aleam, Roberto Cidade (União Brasil), é filho do ex-deputado Orlando Cidade.