A deputada estadual Alessandra Campêlo (Podemos) prestou solidariedade à vereadora de Manaus Professora Jacqueline (União), que sofreu intimidação por parte de aliados do prefeito David Almeida (Avante). A parlamentar afirmou que acionaria a Procuradoria da Mulher na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) para entrar com uma representação no Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM) e no Ministério Público contra os vereadores Fransuá (PV) e Raulzinho (PSDB), ambos vice-líderes da prefeitura.
“É lamentável. Vários vereadores homens com dedo em riste gritando com a vereadora, impedindo a vereadora de se pronunciar. Isso é violência contra a mulher, principalmente partindo de um homem que tem uma compleição física inclusive maior que a da vereadora. Quero me solidarizar com a vereadora Professora Jacqueline pela violência sofrida”, disse.
Alessandra relembrou que existe um precedente no estado: o prefeito de Borba, Simão Peixoto (MDB), já foi preso uma vez por violência política de gênero contra a vereadora Enfermeira Tatiana.
“Isso é crime, e pra quem não lembra: o prefeito de Borba, a primeira prisão dele foi por violência política de gênero, foi o primeiro caso no Brasil. Ele que prometeu dar uma surra na vereadora nas ruas”, pontuou.
Denúncia de Jacqueline gera bate-boca generalizado na CMM
A deputada recebeu apoio em apartes dos deputados Roberto Cidade (União), Rozenha (PMB), Débora Menezes (PL), Wilker Barreto (Cidadania) e João Luiz (Republicanos).
A única divergência em relação à fala da Procuradora da Mulher partiu do deputado Daniel Almeida (Avante), irmão do prefeito David Almeida.
O parlamentar afirmou que Raulzinho foi “muito educado, coerente” e que tudo não passou de uma discussão de um parlamento que “está em ebulição”.
“Quem falou que viu agressão foi ela [Professora Jacqueline], mas na imagem não conseguimos ver ninguém com dedo em riste. Tem outros vereadores ali, se não me engano o vereador Bessa, e a discussão do Fransuá é com o Bessa, nunca a Jacqueline”, disse.
Daniel Almeida afirmou também que a mulher parlamentar representa o povo amazonense e que “não é qualquer coisinha” que poderia ofender sua honra. O deputado foi repreendido por Alessandra Campêlo.
“Se o senhor não está vendo, [há] vários vereadores com o dedo em riste, não só um ou dois, como eu falei aqui. Se o senhor acha que isso é pouca coisa e é defensável, o senhor falou que quer colocar um vídeo do Raulzinho, o senhor coloque o vídeo do Raulzinho ou de qualquer outro e venha defender aqui. Porque está claro nessa imagem: vários homens atacando uma mulher”, destacou.
Em suas redes sociais, Professora Jacqueline repudiou as atitudes dos colegas e disse que eles tentaram lhe “desestruturar”.
“Não vou aceitar que nenhum vereador venha me intimidar. Eu não nasci pra ser intimidada por homem”, disse.
