Após mais decretos do presidente Jair Bolsonaro que boicotam o modelo Zona Franca de Manaus, cinco dos 11 integrantes da bancada do amazonense no Congresso Nacional, com senadores e deputados federais eleitos para defender os interesses do Amazonas, sequer se manifestaram a respeito do assunto. Quase todos apoiam abertamente o Governo Federal.
Entre os senadores, apenas Plínio Valério (PSDB) não se manifestou a respeito do tema. Eduardo Braga (MDB) e Omar Aziz (PSD) publicaram protestos nas redes sociais.
Quanto aos deputados federais, nenhuma surpresa. Delegado Pablo (UB), Átila Lins (PSD), Silas Câmara (Republicanos) e Capitão Alberto Neto (PL), abertamente bolsonaristas, não publicaram uma linha sequer sobre o tema. Alberto Neto, inclusive, passou o dia ativo nas redes sociais, divulgando sua agenda no interior do Amazonas, mas também não tocou no assunto.
Bosco Saraiva (Solidariedade), que não se posiciona como um aliado do governo federal, e que recentemente encabeçou uma reunião entre senadores e deputados para elaborar uma Ação Direta de Inconstitucionalidade contra um dos decretos do presidente, também não se manifestou sobre o tema.
José Ricardo (PT), Marcelo Ramos (PSB) e Sidney Leite (PSD) publicaram protestos contra os últimos movimentos do Ministério da economia.
Os decretos
Um deles, publicado nesta quinta-feira (28), zera o IPI para concentrados, que são insumos utilizados na produção de refrigerantes, como extratos e aromatizantes. A medida atinge diretamente empregos do Polo Industrial de Manaus (PIM), já que o Amazonas centraliza a produção desse tipo de material.
Na manhã desta sexta (29), uma edição extra do Diário Oficial da União ainda trouxe uma redução de 35% no IPI para todo o país, sem salvaguardar os itens produzidos na ZFM.
Em fevereiro, Bolsonaro já havia emitido um que reduzia as alíquotas do IPI em 25% incidente sobre todos os produtos fabricados no Brasil, menos cigarros, o que já representava um duro golpe para o modelo.