Em seu discurso de posse como secretário da Casa Civil do prefeito David Almeida (Avante), o vice-prefeito Marcos Rotta (PP) afirmou que já está “descendo a ladeira da política” e que tudo que inicia precisa ter o fim. A fala ocorre logo após Rotta perder a presidência do Progressistas para o diretor-presidente do Detran-AM, delegado Rodrigo Sá, aliado de primeira linha do governador Wilson Lima (União).
As palavras de Rotta indicam uma possível aposentadoria da política partidária. Já em seu segundo mandato como vice-prefeito, Marcos Rotta não poderia se candidatar ao Executivo em 2014 segundo as regras eleitorais, mas poderia tentar uma vaga como vereador.
O novo secretário da Casa Civil ressaltou, entretanto, que não deixaria a política como um todo, mantendo-se “na torcida” nos bastidores.
“Estou preparado já para ficar sem mandato, mas nunca sem fazer política. Vou estar aqui na torcida juntamente com aqueles que querem ver uma cidade com qualidade de vida melhor, com projetos melhores […], enfim, a capital dos nossos sonhos”, afirmou.
Natural do município paranaense de Cianorte, Marcos Rotta está na política amazonense desde os anos 1990, iniciando suas atividades parlamentares ao ser eleito deputado estadual em 1998. À época, Rotta estava filiado ao Partido Social-Democrata Cristão (PSDC), atual Democracia Cristã (DC).
Marcos Rotta foi reeleito deputado estadual nas eleições subsequentes até 2014, quando se candidatou e foi eleito deputado federal pelo Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB).
Dois anos depois, se filiou ao Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) para concorrer como vice-prefeito na chapa de Arthur Virgílio Neto (então no PSDB), que foi reeleito. Na Câmara, Rotta foi substituído por Sabino Castelo Branco (PTB).
Entre 2018 e 2020, Rotta afastou-se de Arthur Neto e assumiu secretarias durante a quarta gestão de Amazonino Mendes no governo do Amazonas. Em 2020, concorreu novamente à vice-prefeito pelo extinto Democratas (DEM), desta vez na chapa de David Almeida.
Tendo sua última vitória há três anos, 2024 pode ser a primeira eleição sem a presença de Marcos Rotta nos últimos anos.