O ex-prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (sem partido), emitiu nota após a Prefeitura de Manaus, sob a gestão de David Almeida (Avante), publicar nas redes sociais que os contratos investigados pelas operações ‘Entulho’ e ‘Dente de Marfim’ foram firmados durante a sua gestão. Nessa semana, a Polícia Federal deflagrou as operações para investigar as empresas Tumpex, Soma e Mamute Conservação, as quais prestavam serviços ao município por meio de contratos com as secretarias, sendo o principal foco na Secretaria Municipal de Limpeza Urbana (Semulsp).
Na nota, Arthur Neto afirma que a Prefeitura de Manaus está “tentando transferir responsabilidades” e fez questão de destacar que “o secretário visitado [pela PF] nunca fez parte de nenhum dos meus três governos”. O ex-tucano se refere ao fato do atual gestor da Semulsp, Sabá Reis (Avante), ter recebido uma batida da Polícia Federal durante a operação.
Contudo, a maior parte dos contratos investigados pelos federais foram firmados entre 2016 e 2021, e ainda prestavam serviços no ano de 2022. O período temporal coloca tanto o segundo mandato de Arthur Neto quanto o atual mandato de David Almeida no foco das investigações.
Operação da PF apura fraudes de R$ 245 milhões na coleta de lixo e limpeza de Manaus
Ex-prefeito Arthur Neto estendeu contrato com empresa alvo da PF por mais quinze anos
Dente de Marfim: PF faz nova operação contra corrupção na limpeza pública de Manaus
Confira a nota de Arthur Neto na íntegra:
NOTA AO POVO AMAZONENSE
Li, com desgosto, declaração oficial da Prefeitura de Manaus, tentando transferir responsabilidades para minhas gestões. Meu comportamento, em relação ao prefeito atual, tem sido, como é de meu feitio, sóbrio e respeitoso. O que não posso e não devo, é calar diante de atitude injusta e escapista.
Governei Manaus em três ocasiões e nunca tive a Polícia Federal na minha porta, a não ser em caso de amigos, que me possam estar visitando. Minha relação com a P.F é correta, do ponto de vista institucional. E é sabido, no Brasil inteiro, que prego a transformação desse organismo, em verdadeira Polícia de Estado, autônoma, tanto quanto autônomo é hoje o Banco Central. Quando isso acontecer, teremos mais justiça e segurança para o Brasil.
Não basta alguém dizer que está aberto para colaborar com as operações, se não tiver a mais absoluta certeza de poder garantir o que está afirmando. Exemplo: na operação “entulhos”, o Secretário visitado jamais fez parte de nenhum dos meus três governos.
Não sou capaz de inventar irrealidades contra quem quer que seja. Logo, não me conformo em ser usado como biombo de ninguém!
Sei que a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e a Receita Federal sabem muito bem discernir quem respeita a coisa pública e quem, porventura, dolosamente, a desrespeite.