A modelo Bárbara Heck é uma das participantes do Big Brother Brasil 22 (BBB) e disse à colegas de confinamento que fez 21 dias de jejum. A fala repercutiu nas redes sociais e fãs do programa se dividiram entre os que reprovavam e aprovavam a atitude da jovem de 29 anos. Por isso, o Manaus 360º procurou uma opinião profissional sobre o caso. E para nutricionista Carolina Persilva a declaração da Bárbara foi “irresponsável” pelo poder de influência que os brothers têm com o grande público fã do reality.
Além de não comer por 21 dias, Bárbara contou que nos três primeiros ela também não podia beber água. Em postagens no Instagram – em que contava com 600 mil seguidores antes dela entrar na casa mais vigiada do Brasil – a modelo disse que a experiência se deu em um retiro espiritual na cidade Cunha, interior de São Paulo, ano passado, e que com isso ela queria se desintoxicar e buscar autoconhecimento. Durante o retiro, a participante do BBB disse que pegou banho de sol, leu 11 livros, fez aulas de yoga e refletiu.
‘Jejum não é para todo mundo’
“Jejum não é para todo mundo”, avisa a nutricionista Persilva ao comentar sobre o jejum da participante do BBB. A nutricionista informa que cada organismo é um organismo e o que é indicado para uns não é para outros. A profissional admite que há pessoas que se beneficiam do jejum intermitente, entretanto é preciso acompanhamento médico e nutricional. “Jamais pode ser feito sem acompanhamento e são poucas pessoas que de fato precisam utilizar da estratégia do jejum intermitente”, diferencia ela ao explicar que existe o jejum natural, quando deixamos de comer entre as refeições.
Outro ponto levantado pela nutricionista é quanto a veracidade desse jejum da integrante do BBB. “É muito simples eu falar: ‘estou sem comer há 15 dias’. Você estava lá comigo por 24 horas? A gente não pode saber se é verdade ou não. E as pessoas querem um milagre para alcançar o corpo perfeito, especialmente na ‘era da internet’, e isso pode causar diversos transtornos alimentares”, preocupa-se Persilva. Para a nutricionista, uma menina pode simplesmente ouvir a história, tentar se submeter, sem acompanhamento, ao jejum perigoso para ter a barriga igualzinha a da Bárbara, “mas não sabe se a modelo tem uma lipoaspiração e outras inúmeras questões”, completa.
Rebote do jejum: peso perdido volta ‘acompanhado’
E quem ignorar os avisos sobre o perigo de fazer um jejum prolongado sem qualquer indicação profissional ainda fica sujeito a engordar, adverte a nutricionista. Isso porque o tempo longo sem comer deixar o cérebro “avisado” de que um novo período de escassez pode acontecer e a tendência é comer mais que o normal, é o chamado “efeito rebote”.
“Uma hora o jejum vai acabar e quando eu tiver acesso à comida como vou lidar? Aí vem o rebote, quando a pessoa perde dez quilos em uma semana e aumenta doze quando volta a comer. Porque se ela comia um pão antes, passa a comer três ou quatro. É natural, o cérebro entende que ficou tanto tempo sem comida e vai comer bastante porque não sabe como vai ser depois. E isso é um problema”, exemplifica Persilva. Assim, dietas muito restritivas têm prazo de validade e dificilmente são longas, já que, normalmente, fogem da realidade e podem resultar até em transtornos emocionais, segundo a nutricionista.