A confirmação de que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) vai se filiar ao Partido Liberal (PL) ainda este mês tem causado desconforto no vice-presidente da Câmara dos Deputados, o amazonense Marcelo Ramos.
Crítico de Bolsonaro e um dos principais nomes do PL no Amazonas, Ramos preferiu não se posicionar por enquanto, “em respeito ao partido”. “Todos sabem que não é uma situação cômoda pra mim e, no momento oportuno, irei me pronunciar”, disse o vice-presidente do Congresso.
Ramos, que é presidente do diretório do PL na capital, deixou em aberto a possibilidade de deixar o partido, mas lembrou que o partido tem uma tradição de respeitar a independência dos parlamentares, pavimentando o caminho para sua permanência na sigla.
Presidente do partido no estado, o ex-senador Alfredo Nascimento tem posicionamentos alinhados ao bolsonarismo e vê com bons olhos a união. Nos quadros do PL no Amazonas também estão os deputados Joana Darc e Cabo Maciel, além dos vereadores Glória Carrate e Professor Samuel.
Bolsonaro no PL
O anúncio da chegada do presidente ao PL foi feito na quarta-feira (11) pelo presidente da sigla, Valdemar Costa Neto. Segundo ele, a assinatura da ficha de filiação de Bolsonaro vai ocorrer no próximo dia 22 de novembro.
Além de Bolsonaro, políticos aliados devem migrar para a mesma legenda, que hoje conta com 43 deputados federais e quatro senadores. Além disso, o PL teve disponível, em 2020, um fundo eleitoral de cerca de R$ 118 milhões e R$ 45 milhões pelo fundo partidário.
Antes de decidir pelo PL, Bolsonaro tentou criar seu próprio partido, o Aliança pelo Brasil, mas não conseguiu coletar o número mínimo de assinaturas exigido pela legislação para viabilizar o partido a tempo das eleições de 2022.
Sem partido desde que rompeu com o PSL, ainda em 2019, o presidente conversou com diversos partidos do centrão e foi cogitado pelo Progressistas (PP), pelo Republicanos, pelo Patriota e pelo PRTB.