Os vereadores da Câmara Municipal de Manaus (CMM) trocaram farpas durante a sessão desta segunda-feira (6). O desentendimento começou após o líder do prefeito David Almeida (Avante), vereador Fransuá Matos (PV), cobrar a tramitação de três projetos de lei propostos pelo Executivo municipal.
Segundo Fransuá, dois projetos foram protocolados pela prefeitura na quarta-feira (1°) e um outro na sexta-feira (3) da semana passada, mas até agora não foram publicados no sistema interno da Câmara, que é o primeiro passo para a tramitação de uma propositura na Casa legislativa.
“Tem projetos de imenso impacto social. A minha preocupação é com isso. Eu peço de vossa excelência [presidente da Câmara] que veja internamente o que aconteceu para que a gente possa pautar de forma urgente esse projeto”, pediu o líder do prefeito.
O vice-líder do prefeito, Gilmar Nascimento (União Brasil), engrossou o caldo e pediu celeridade no andamento dos projetos encaminhados pela prefeitura. “Eu peço que a gente consiga dar celeridade até para que a gente possa reunir as comissões para dar vazão e mandar a manifestação dessa Casa em relação a estes projetos”, reforçou.
Foi então que o vereador Lissandro Breval (Avante) rebateu o pedido da base de David Almeida. “O que parece é que está havendo um problema de tramitação. O que não é devido”, contestou.
Na mesma linha, Elissandro Bessa (Solidariedade) pontuou que não há qualquer retaliação por parte da mesa diretora aos projetos da prefeitura. “Tem que se entender que não será de acordo com a vontade do prefeito. A Câmara é independente e assim será mantido nesses próximos dois anos”, ressaltou.
Coube ao governista Wallace Oliveira (Pros) tentar acalmar os ânimos. “Ninguém está colocando sob júdice, em momento nenhum, a lisura da mesa. Isso aí já é fala de quem quer distorcer as situações. Vamos ter maturidade e entendimento. A coisa tem que tramitar, tem um rito e está sendo solicitado. Só isso”, explicou.
Wallace, que era vice-presidente da Câmara durante a gestão David Reis (Avante), disse que os vereadores que criticaram o pedido de Fransuá pediam para “montar” a pauta das sessões em ocasiões anteriores.
“Agora, o fato do líder ter colocado uma situação não quer dizer que está se colocando [a mesa diretora] sob suspeição porque, se não, isso foi feito também seis meses atrás quando eu tava aí [na presidência da sessão] e via muitos vereadores que hoje usaram o microfone pedindo para armar a pauta”, cutucou.
A versão oficial foi dada pelo presidente da CMM, vereador Caio André (PSC). De acordo com ele, a Diretoria Legislativa (DL) recebeu apenas um dos três projetos citados. Ele prometeu, ainda, que irá apurar os detalhes do protocolo para que os PLs sejam colocados em plenário.