Quem utiliza o Instagram profissionalmente sabe que comprar seguidores é só prejuízo, especialmente para o engajamento. Prova disso é que a tática foi usada contra os perfis do candidato a reeleição deputado estadual do Amazonas Roberto Cidade (União Brasil), dos candidatos ao cargo de deputado federal Amom Mandel (Cidadania) e Adail Pinheiro (Republicanos), além de outros candidatos do Amazonas que denunciaram o ataque na última semana.
“Nossa conta no Instagram foi atacada com o surgimento simultâneo de milhares de seguidores fakes, com o propósito de prejudicar o engajamento de nossas publicações”, declarou o deputado Roberto Cidade em um comunicado na conta oficial dele no Instagram @robertocidadeam. Na mesma publicação, Cidade anunciou que a equipe jurídica vai “tomar as providências cabíveis”.
O vereador Amom Mandel, que concorre a vaga de deputado federal também denunciou o problema e criticou as plataformas de Mark Zuckerberg. “Dezenas de milhares de contas falsas estão nos seguindo nas últimas horas no Instagram como forma de SPAM e prejudicando nossas ações de ativismo político, denúncias e interação com o público. @instagram e @facebook parabéns pelo suporte inexistente”, publicou parlamentar.
O candidato a deputado federal, Adail Filho, denunciou o problema por meio de um reels e deixou claro que vai agir judicialmente.
Morte digital
Comprar seguidores é um erro primário de quem tenta impressionar com o número, mas acaba se colocando numa cilada, explica Jamile Galvão, diretora executiva da Murã Comunicação Integrada, agência especializada em marketing digital. Para ela, o menor prejuízo para os que compram seguidores é o valor pago pelas centenas ou milhares de contas falsas, na verdade, o mais grave é a “morte” do engajamento.
“Funciona assim, o aplicativo vai entregar o conteúdo, mas a legião de seguidores falsos obviamente não vai reagir às publicações. Com isso, o baixo número de curtis, compartilhamentos, comentários e mensagens ficam desproporcionais ao alto número de seguidores, por isso, o Instagram vai entender que as publicações são irrelevantes para o público e vai parar de mostrar o conteúdo daquela conta”, revela Jamile Galvão.
Solução
Em muitos casos, quando o próprio cliente compra os seguidores falsos para a conta dele ou da empresa dele no Instagram Jamile Galvão diz ser preferível recomeçar do zero. Quer dizer, fazer um novo perfil livre dos fakes. “Se for um perfil recente é a melhor opção”, enfatiza.
No caso vivido pelos candidatos recomeçar é inviável, mas há outros caminhos, uma vez que a ação judicial e o suporte da plataforma não são rápidos nem eficazes para resolver esse tipo de problema. A melhor forma de voltar a ter engajamento é pagando impulsionamento, segundo a especialista em marketing digital.
“Investir em tráfego pago é uma boa saída. O Instagram vai mostrar o conteúdo para o público que existe, mas também para quem ainda não segue. O desafio é conseguir novos seguidores reais que vão interagir com a as publicações, assim, com o tempo, o número de seguidores reais vai ser maior que os falsos e o engajamento voltará a crescer”, sugere Galvão.