Quem trafega pelas ruas e avenidas de Manaus já sabe o que a empresa de GPS TomTom constatou: a capital amazonense tem um dos trânsitos mais congestionados do país. É o que mostra um levantamento feito pela empresa holandesa em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Ao todo, segundo o Índice de Tráfego, o manauara gasta, em média, 82 horas por ano —ou 3 dias e 10 horas— em congestionamentos no deslocamento entre a casa e o local de trabalho. Nesse sentido, o horário mais congestionado da semana é o fim de tarde de sexta-feira, especialmente entre 18h e 19h.
O número só fica abaixo de Recife (135 horas); Fortaleza, Rio de Janeiro e Salvador (115 horas); Belo Horizonte e São Paulo (108 horas); e Porto Alegre (92 horas).
Efeito da pandemia
Apesar de alto, o tempo perdido pelos amazonenses em congestionamentos diminuiu em relação à pesquisa anterior. Na avaliação do técnico de políticas urbanas do Ipea, Nilo Luiz Junior, as medidas restritivas e a adoção do teletrabalho ajudaram a diminuir o trânsito nas grandes cidades.
“Boa parte das viagens intraurbanas relaciona-se a deslocamentos entre residência e trabalho. O teletrabalho se mostrou um fator de redução do número de viagens, o que contribuiu para a melhoria de muitas variáveis do tráfego urbano”, explica.
Dados nacionais
Em termos nacionais, é possível perder até 1h30 por viagem dependendo do meio de transporte usado. Em 2020, foram 102 dias de trânsito congestionado com índices superiores aos registrados no ano anterior.
O Índice também mostrou que nacionalmente os congestionamentos são maiores durante a manhã que no fim de tarde e noite. Em Manaus, o movimento se mostrou o oposto, com os maiores congestionamentos registrados na volta do trabalho.
Um estimativa da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP) indica que o custo socioeconômico da mobilidade urbana seja de R$ 483,3 bilhões em todo o país, mas que o tempo gasto em congestionamentos resulta em prejuízo de mais de R$ 111 bilhões.