Após quase um ano de campanha de vacinação contra a Covid-19 no Brasil, ainda há quem, na contramão da ciência mundial, desacredite a vacina. Nas redes sociais, casos de personalidades infectadas mesmo após receberem duas ou três doses foram usadas como gancho para questionar a eficácia do imunizante.
Diante das dúvidas, o Manaus 360° conversou com o infectologista Marcus Guerra, que garantiu que a vacina é segura e importante para conter o avanço da pandemia, mesmo com a chegada de novas variantes como a ômicron.
“Nós sabemos que existem a possibilidade de muitas mutações e as vacinas não cobrem todas elas na sua integralidade em termos de quebra de transmissibilidade, mas é útil para que as pessoas não tenham uma forma grave da doença”, explicou.
Guerra, que é diretor da Fundação de Medicina Tropical (FMT) em Manaus, lembra que a vacina previne contra casos graves e internações pela Covid-19. “O que a gente tem visto é que algumas pessoas se infectam mas de uma forma leve, e são exatamente aqueles que foram vacinadas”, ressalta.
Para além disso, já é possível notar, segundo Guerra, a redução do números de casos do novo coronavírus em decorrência da vacinação. “A gente consegue acompanhar as curvas baixas no número de casos, óbitos, internações e até em casos graves. Isso foi observado depois que se alcançou um percentual expressivo da população imunizada”, pontua.
Pandemia em 2022
Indo para o terceiro ano da pandemia, de acordo com o infectologista, a perspectiva no Amazonas é de alerta pela sazonalidade dos vírus respiratórios e as festas de fim de ano. O estado também registra alta no casos de influenza segundo alerta da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS).
“No Amazonas, os números apontam um certo grau de conforto, mas é necessário que as pessoas tenham a consciência de continuar tomando os cuidados básicos orientados pela saúde para que não se tenha um agravamento do quadro”, orienta.
A vigilância epidemiológica também é importante para garantir a segurança sanitária na realização de eventos como o carnaval, ainda sem realização confirmada pela prefeitura de Manaus.
“A gente precisa de umas duas semanas após o Natal e Ano Novo para observar o número de casos, ainda que com o relaxamento nesses períodos não tenha sinalizado aumento de casos”, explica.