Por mais que o discurso seja de unificação, o clima ainda é de divisão entre os vereadores da Câmara Municipal de Manaus (CMM). Nesta terça-feira (28), o vice-líder do prefeito, vereador Gilmar Nascimento (União Brasil), tentou apaziguar os ânimos e disse que não há distinção entre os parlamentares na gestão David Almeida (Avante).
Ontem (27), o vereador Marcelo Serafim (PSB) acusou a prefeitura de tratar de forma desigual os vereadores do grupo ‘independente’ que apoiou a eleição de Caio André (PSC) para a presidência da CMM. O líder do prefeito, Fransuá Matos (PV), negou.
Gilmar foi quem trouxe o assunto de volta ao plenário na sessão de hoje. “Secretário nenhum faz distinção de qualquer vereador. O prefeito também não. A palavra do prefeito é que, se os políticos brigam, Manaus perde. Essa Casa tem que ter harmonia com o Executivo”, defendeu o parlamentar.
Hoje, dois grupos formam a Câmara: a base aliada do prefeito David Almeida, que comanda as principais comissões temáticas da Casa, e o grupo independente, que tem feito críticas à gestão municipal apesar de não se identificar como oposição ao prefeito.
Um novo capítulo dessa disputa deve acontecer com a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que vai investigar a concessionária Águas de Manaus. O grupo independente defende que o apuração se estenda à responsabilização da prefeitura enquanto Raulzinho (PSDB) que também é vice-líder do prefeito, diz que David não se preocupa com as investigações.
Rodrigo Guedes (Republicanos), que tem feito oposição desde o início do mandato, deu o tom da CPI. “A única pessoa da cidade de Manaus que tem o poder de buscar a redução da tarifa de esgoto chama-se David Almeida. Se o prefeito de Manaus não fez ou sequer está tentando, ele está sendo conivente com esta tarifa de esgoto”, apontou Guedes.
Pela fala do vereador, há a intenção de incluir nos trabalhos da CPI a apuração de uma eventual inércia da gestão David Almeida em relação às irregularidades cometidas pela concessionária.
“Esta é a grande pergunta da comissão parlamentar de inquérito: por que a prefeitura de Manaus está sendo conivente com este massacre com a população? A empresa está ganhando muito dinheiro à custa do sofrimento da população e a prefeitura de Manaus, pelo visto, está permitindo”, continuou.
A expectativa é que a CPI da Águas de Manaus seja instalada na próxima semana, com a leitura do requerimento que contou com a assinatura de 18 vereadores. O próximo passo é a escolha do presidente, do vice-presidente, do relator e dos demais vereadores que vão compor a comissão.