O primeiro debate entre pré-candidatos à Prefeitura de Manaus reuniu, nessa sexta-feira (12), se destacou pelas várias críticas dos prefeituráveis à gestão do atual chefe do Executivo, David Almeida (Avante), consenso sobre problemas da cidade e uma pequena troca de farpas entre candidatos defensores do presidente Lula (PT) e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Participaram do evento o deputado federal Capitão Alberto Neto (PL), o advogado Marcelo Amil (PSol), a empresária Maria do Carmo Seffair (Novo) e o deputado estadual Wilker Barreto (Mobiliza).
A Federação Brasil da Esperança, formada por PT-PCdoB-PV, não chegou a um consenso sobre quem deveria representa-los. O deputado federal Amom Mandel (Cidadania) cancelou sua participação de última hora nas redes sociais por ter perdido o voo para Manaus. O prefeito David Almeida e o deputado estadual Roberto Cidade (União) não responderam à organização do debate e também não participaram.
Destaques e problemas
Durante o primeiro bloco do debate, no qual forma respondidas perguntas de jornalistas, os pré-candidatos apresentaram suas ideias de governo. Nessa fase, foi unânime a posição dos debatedores em criticar a gestão do prefeito David Almeida. O deputado Wilker Barreto afirmou que a atual gestão vai deixar o próximo prefeito endividado por todo seu mandato.
“A prefeitura hoje não tem liquidez. Se não tiver gestão, o próximo prefeito vai traçar os próximos quatro anos endividando a prefeitura. A Prefeitura tem entre R$ 3,2 a R$ 3,4 bilhões de custeio, em 20% de economia você encontra 600 milhões de reais. Nós temos aí uma máquina que gasta mal agora. Se não tiver preparado com formação acadêmica, você não consegue administrar”, disse.
Alberto Neto, Maria do Carmo e Marcelo Amil também aproveitaram para apontar problemas nas áreas da educação, infraestrutura, mobilidade e gestão social, bem como a ausência do prefeito David Almeida no debate.
“Aqui ele iria ser cobrado pela péssima gestão que fez, pelos péssimos índices educacionais” – Alberto Neto
“Eu só posso lamentar, porque eu entendo que, se você se dispõe a ser uma pessoa pública, você deve à sociedade, você deve à imprensa todas as respostas quando solicitadas” – Marcelo Amil
“Eu penso que é uma falta de respeito com o cidadão porque na medida em que na medida em que um debate tem por objetivo apresentar o candidato e as suas propostas, quando ele falta, é como se ele estivesse menosprezando a opinião do eleitor” – Maria do Carmo
Farpas
Alberto Neto e Marcelo Amil também protagonizaram uma troca de farpas após o psolista lembrar que o deputado federal votou pela soltura do deputado Chiquinho Brazão, apontado como mandante do assassinato da vereadora carioca Marielle Franco (PSol) em 2018.
Amil afirmou que o voto de Alberto era uma “mudança de postura e falta de compromisso com aquilo que defende a vida inteira”. Em resposta, o deputado disse que Marcelo Amil estava fugindo da pergunta feita por ele sobre infraestrutura e que estava “despreparado para o debate”.
Os dois candidatos se colocaram como defensores e representantes de Lula e Bolsonaro, embora a polarização política não tenha se espalhado para o restante do debate.