A vereadora Professora Jacqueline (União) levou denúncias à Câmara Municipal de Manaus (CMM) de que gestores de escolas municipais estariam sendo trocados por supostamente não serem alinhados ao prefeito David Almeida (Avante). O caso gerou uma discussão entre a vereadora e os vereadores Raulzinho (PSDB) e Fransuá (PV), enquanto suas acusações encontraram apoio em vereadores como Rodrigo Guedes (Podemos), Dr. Daniel Vasconcelos (Podemos) e Glória Carrate (PL).
“Eu peço que essa perseguição termine, que a Prefeitura, a Secretaria de Educação, deixem os nossos gestores trabalharem. Esses profissionais merecem respeito e, se comprovado uma perseguição política, é pior ainda”, destacou Professora Jacqueline.
Raulzinho respondeu à Jacqueline durante aparte e a acusou de obrigar funcionários de comunidades a ajudar sua campanha eleitoral, além de afirmar que havia trocas de gestores em escolas estaduais por indicação da vereadora.
Fora das câmaras, Fransuá fez novas acusações e iniciou-se uma confusão generalizada.
“Vereador Fransuá, o senhor também tá me intimidando, apontando o dedo pra mim? O senhor não queira me intimidar, sente no seu lugar e me respeite”, esbravejou Jacqueline.
O presidente da CMM, vereador Caio André (Podemos), tentou repetidas vezes encerrar a discussão entre os vereadores. O vereador Jaildo Oliveira (PCdoB) elevou o tom de voz e mandou o vereador Raulzinho respeitar as mulheres e chamou o tom de sua fala de “desrespeitoso”. Líder de David Almeida, o vereador Eduardo Alfaia (PMN) também se exaltou e foi criticado por Jaildo.
“Só porque o senhor agora é líder? O senhor não era assim, só porque virou líder, agora, acha que é o Super-Homem?”, disse.
Apoio feminino
Logo após o término da fala da vereadora Jacqueline, as outras três vereadoras que compõe a bancada feminina da CMM, Glória Carratte (PL), Thaysa Lippy (PP) e Yomara Lins (PRTB), se solidarizaram com a parlamentar pelo desrespeito sofrido durante o Grande Expediente da Casa Legislativa.
De acordo com a presidente da 18ª Comissão de Defesa e Proteção dos Direitos da Mulher, vereadora Glória Carratte, atos como esses não passarão impune na CMM, uma vez que a violência e o desrespeito contra mulheres políticas representam ameaça não apenas para as afetadas, mas para a própria saúde da democracia.