Depois de a concessão de 22 aeroportos brasileiros à iniciativa privada, o deputado estadual, Carlinhos Bessa (PV), disse que os aeroportos do Amazonas valiam mais. “Foram leiloados por um preço muito menor do que valem na realidade. Para que quando chegasse o lance final pudesse ser como se tivesse sido louvável”, denunciou Bessa, da tribuna da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam).
O deputado possui uma base forte de eleitores na cidade de Tefé, uma das que teve o aeroporto cedido para a iniciativa privada pelos próximos 25 anos. Assim como em Tefé, a novidade, comemorada pelo Ministério de Infraestrutura, também incluiu o aeroporto de Manaus, Eduardo Gomes, e do município de Tabatinga.
“Foi ofertado lance de R$ 420 milhões por esses blocos de aeroportos do nosso Estado. Mas, acontece que, em 2018, se gastou na reforma somente do aeroporto Eduardo Gomes R$ 400 milhões. Além disso, investiram mais R$ 27 milhões na ampliação e melhoria das pistas. Então, equivale a R$ 427 milhões só de investimento. Se em 2018 para cá foi gasto R$ 427milhões, como é que vai se ofertar blocos de aeroportos por R$ 420milhões? Preço menor do que foi investigo”.
Carlinhos Bessa, deputado estadual do Amazonas (PV)
Geração de empregos
Quanto a geração e empregos, o Governo Federal calcula que a entrega desses aeroportos vai resultar em 200 mil empregos de forma direta e indireta. Mas, Bessa diz que não é bem assim. Segundo o parlamentar, “a geração de emprego já existe. Então, com a Infraero ou com a privatização, ela vai gerar emprego”.
Quem pediu a palavra para fazer coro à fala do deputado de primeiro mandato foi o deputado Serafim Corrêa (PSB). Primeiramente, Serafim disse que concorda com o posicionamento de Bessa e acrescentou, “Se era para dar a concessão, o governo não deveria ter reformado o aeroporto. Deveria ter feito a concessão e atribuído à concessionária a responsabilidade de fazer a obra. Ele fez ao contrário”, criticou.
Na mão da francesa
Apesar de a concessão de três aeroportos do Amazonas serem alvos da crítica do deputado, a verdade é que, no último dia 7 de abril, a empresa Vinci Airports arrematou mais. Ou seja, o lance de R$420 milhões da francesa a fez “levar” também os aeroportos de Porto Velho (RO), de Rio Branco e Cruzeiro, duas cidades do Acre e, por último, Boa Vista (RR).
Outro aeroportos brasileiros foram à leilão. A CCR arrematou dois dos três blocos ofertados pelo governo. Por meio da subsidiária Companhia de Participação em Concessões, a empresa deu um lance de R$ 2,1 bilhões no bloco Sul, com ágio de 1.534%. Esse lote é composto pelos aeroportos de Curitiba (PR), Foz do Iguaçu (PR), Navegantes (SC), Londrina (PR), Joinville (SC), Bacacheri (PR), Pelotas (RS), Uruguaiana (RS) e Bagé (RS).
O outro lote vencido pela CCR foi o Central, que inclui os terminais de Goiânia (GO), São Luís (MA), Teresina (PI), Palmas (TO), Petrolina (PE) e Imperatriz (MA).
Com informações da assessoria*