“Nós políticos sofremos, diariamente, inúmeras vezes, com notícias falsas que nos fazem pensar se realmente vale a pena defender o interesse de um povo em troca que sua alma esteja voltada a sua família”, falou o deputado estadual Carlinhos Bessa (PV). O parlamentar fez a declaração na sessão especial, desta quinta-feira (25), sobre o Dia Estadual de Conscientização e Combate das Fake News, proposta pelo deputado estadual Sinésio Campos (PT).
Ao mesmo tempo, em dezembro de 2020, Bessa fazia coro na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) ao grupo contrário à obrigatoriedade da vacina contra Covid-19. Para ele, receber ou não o imunizante deveria ser uma escolha “pessoal e não obrigatória”. No Brasil, o que levou a discussão sobre a obrigatoriedade da vacina foram as fake news. Por exemplo, o próprio presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido) chegou a colocar em xeque se era seguro tomar a vacina e ainda disse que ela seria capaz de alterar o DNA e transformar as pessoas em jacaré.
Denuncie a desinformação
O deputado Sinésio Campos recomendou que as pessoas denunciem quando identificarem uma fake news. Isso porque “você também pode ser, fatalmente, ser uma vítima”, alertou o autor da lei que deu origem ao Dia Estadual de Conscientização e Combate das Fake News.
O presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Amazonas (SJP-AM), Wilson Reis, também participou da sessão. Da tribuna, Reis disse que os profissionais da comunicação precisam ter “compromisso com a verdade”. “Combater os crimes cibernéticos passa pela formação em instituição de nível superior, passa pelo compromisso, no dia a dia, desse profissional com a própria sociedade e pela necessidade da gente buscar mais cedo abordar esse tema com o ensino fundamental”, opinou o presidente do sindicato.
Pode dar cadeia e multa
Outro convidado para a sessão especial, foi o delegado da Delegacia Especializada em Crimes Cibernéticos, Heron Ferreira da Silva. Para ele, “não é de hoje que se fazem notícias falsas, mas desde Hitler existe”. “Hoje, no Brasil, não temos um lei que tipifica a criação e propagação de fake news. Mas fake news gera responsabilização penal, hoje vai de dois meses a dois anos e multa”, esclarece o delegado.
A sessão especial contou também com a presença da delegada geral da Polícia Civil, Emília Ferraz, e os deputados Bessa, Saullo Vianna e o próprio autor, Sinésio Campos.