A publicação do vereador Rodrigo Guedes (Podemos) questionando a derrubada do requerimento de audiência pública para discutir a contratação de mediadores escolares para estudantes com autismo na rede municipal causou um atrito entre os vereadores durante a sessão desta terça-feira (4) na Câmara Municipal de Manaus (CMM).
O requerimento de Guedes foi derrubado, nesta segunda-feira (3), com o voto contrário de 16 vereadores ante oito votos favoráveis. Ao todo, o painel registrava a presença de 26 vereadores no plenário da Casa Legislativa, mas os vereadores Caio André (PSC) — que presidia a sessão — e Glória Carrate (PL) não votaram a proposta.
Nas redes sociais, Guedes classificou a ação dos colegas de parlamento como um “presente de grego”. “A Câmara funcionou mais uma vez como escudo da prefeitura, do prefeito e blindou o Executivo”, disse o vereador ao lado da imagem do painel que mostra como votou cada parlamentar presente.
Hoje, o assunto voltou à tribuna da Casa Legislativa durante um aparte do vereador Professor Samuel (PL) à fala de Marcelo Serafim (PSB). “Aqui [na CMM], um vereador nunca se manifestou contra qualquer questão de PcD, autistas, reajuste salarial, aquilo que traz benefício”, disse Samuel.
Na mesma linha, Wallace Oliveira (Pros) acusou Guedes de distorcer os fatos. “Eu lamento que a pessoa que tenta trazer essa desvirtuação de uma luta tão nobre é uma pessoa useira de fake news e todo mundo sabe disso”, disse, em uma referência a acusações feitas em 2022 pelo então vereador Amom Mandel (Cidadania) de que Guedes financiava um ‘gabinete do ódio’ na Câmara Municipal.
Ontem, o líder do prefeito da CMM, vereador Fransuá Matos (PV), orientou a derrubada do requerimento sob o argumento de que houve um Termo de Ajustamento de Gestão (TAG) firmado entre o Ministério Público do Amazonas (MP-AM) e a secretaria de Educação (Semed). “Então, não tem essa necessidade da audiência pública, já que o problema vai ser solucionado”, defendeu.
Guedes se defendeu dizendo que a audiência pública foi uma demanda do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência (CMDPD). “Esse problema vem se protelando e as promessas vão se renovando, sem solução”, cutucou.