Prazer, Murilo, o parlamentar. Venci a eleição democrática e agora sou um tipo de Mister M dos políticos. Vou revelar como enganamos você para ganhar o que, ao meu ver, merecemos do dinheiro público e, claro, nunca largar o “osso”. Às vezes, tem alguém pensa: como essa criatura foi eleita? A nossa sorte é que essa pergunta matuta na cabeça por uns dois minutos, depois a pessoa segue a vida… vendo uma série, estudando, trabalhando…se desligando totalmente do assunto.
Primeiramente, nasci na política. É coisa de família, desde o meu bisavô. Fui eleito para representar a cidade, o Estado, o País. Mas, não caia nessa, TUDO que faço é pensando em mim mesmo. Sinceridade, como você observa, não me falta!
“Eleitor”
Se uso a tribuna ou faço um post nas redes sociais é para ficar bem com meu patrocinador. Às vezes, até penso em fazer média com meu “eleitor”, mas de maneira geral, estou de olho mesmo é em atender ao meu próprio interesse. Na verdade é o que todos fazem NE? Ou vai me dizer que deixa o melhor para os outros? Portanto, não me condene. Ah, eu disse “eleitor”, assim mesmo, entre aspas porque não tenho eleitores de verdade, tenho votos que compro e nesse ponto sou um especialista nesse mercado.
Essa é a vida real. Ganha a eleição quem gasta mais. Mas, não precisa nascer milionário. “O poder abre portas”, como diz meu colega de trabalho, Cândido Peçanha. O dinheiro vem das licitações fraudadas, emendas parlamentares, agiotagem, compra e venda de influência, nomeação de pessoas em cargos estratégicos e por ai vai.
Dinheiro na mão, voto na urna
Tem sempre uns candidatos que parecem perdidos, isso porque encaram a disputa sem ter qualquer chance vencer. Na verdade, é a turma que corre por fora. Tentam conseguir o máximo de votos e, no segundo turno, correm pro balcão pra negociar. Que perdeu apoia o outro, ou seja, leva votos, para um dos que está no páreo, aquele que oferecer a melhor secretaria (de maior orçamento) ou alguma outra vantagem leva os votos.
Às vezes também tem possibilidades de algum “tiro pela culatra”, tipo quando um candidato que corria por fora sem muita chance, termina surpreendendo e ganhando a eleição. Isso acontece, mas é coisa rara. Semana que vem a gente vai conversar sobre um assunto que gosto muito: as licitações fraudulentas. Não perca.