O Superior Tribunal Federal resolveu por derrubar um benefício dado por lei a ex-governadores do Amazonas. No caso, os ex-gestores tinham direito a 10 servidores pagos pelo Estado até o fim da vida para garantir segurança e apoio em geral. A Lei estadual 4.733/2018, que garantia essas vantagens, é obra de Amazonino Mendes. O STF limitou esse benefício, estipulando que enquanto não houver uma lei estadual com um prazo determinado para o uso dos servidores, os ex-governadores poderãousufruir do direito somente até o final do mandato subsequente ao seu.
A decisão foi bem aceita pela população. Em diversas manifestações nas redes sociais, internautas comemoraram a atitude da Suprema Corte. O Manaus 360 conversou com a audiência que também se mostrou favorável à ideia de derrubar o benefício aos políticos.
Povo fala
A enfermeira Carol Cruz (27), por exemplo, acredita que a vantagem é até justificável, mas não por tempo indeterminado, como estava antes.
“Eu concordo que o benefício seja por tempo limitado, pois realmente quando um governador sai do cargo, ele ainda é bastante visado, mas não concordo que seja pra sempre porque não tem como. Se todos os ex-governadores tiverem esse benefício, vai chegar uma hora que o dinheiro gasto com isso vai ser totalmente impraticável”, disse.
O programador Dernando Nascimento (31), acredita que é necessário que o político comprove que não tem condições financeiras de bancar a própria segurança para que qualquer benefício seja concedido
“Levando em consideração que os políticos geralmente têm um bom patrimônio pessoal, não acho justo o Estado ficar bancando. Do mesmo jeito que não acho certo eles terem o tanto de benefícios que eles têm. Se eles têm condição de tirar do próprio bolso, eu acho mais justo. Poderia atéhaver esse benefício, mas por uns dois anos no máximo e depois seria preciso avaliar se o político tem condições financeiras de manter essa segurança, e caso tenha, ele mesmo que pague”, enfatizou.
‘Nem deveria existir’
Há também quem acredite que o benefício sequer deveria existir. É o caso da administradora Marly Sampaio (50), que vê um ex-governador como um cidadão comum após o fim do mandato.
“Infelizmente nossos políticos, na maioria das vezes, legislam em causa própria. Eu sou contra a ideia desse benefício ser vitalício porque não concordo sequer que ele exista. Quando o governador deixa de ser governador, ele deixa de fazer parte do serviço público. Então ele que arque com as despesas de segurança dele e da família”, completou.
O contador Ailton Guimarães também é contra a existência do benefício. Ele quesitona o verdadeiro uso dos servidores e lembra que não existe no Amazonas histórico de atentados a políticos que justifique uma proteção vitalícia.
“Na minha opinião, esse benefício nem deveria existir. Os governadores comandam a estratégia de segurança pública, mas não estão na linha de frente. Não temos histórico de atentados contra ex-governadores e familiares, de modo que não consigo enxergar a necessidade disso. A gente sabe que esses servidores seriam utilizados para inúmeros fins, menos para fazer a segurança do ex-governadores, que vale lembrar, são pessoas de alto poder aquisitivo, que moram em condomínios que têm uma boa segurança e que são pessoas que não andam nos bairros. Não vejo a necessidade de nós, enquanto população, custearmos isso, que representa mais um peso na carga tributária para o cidadão”, concluiu.
E você, acha que os governadores têm que ser protegidos para sempre com o nosso dinheiro?