Em paralelo a uma chuva que castigou Manaus na manhã desta segunda-feira (27), o governador Wilson Lima (PSC) apresentou um plano de ação para enfrentar a cheia de 2022, que pode ser, a exemplo do que também aconteceu em 2021, uma das maiores da história. A ideia, de acordo com o Estado, é desembolsar R$ 100 milhões em um plano que pretende socorrer cerca de 130 mil famílias em todo o Amazonas.
Segundo Wilson Lima, dados do monitoramento hidroclimatológico apontam para o risco de uma enchente acima da normalidade em 2022.
“Estamos nos reunindo para discutir ações integradas para prestar socorro a esses municípios e famílias que forem atingidas pela subida dos rios. Se continuar no ritmo que estamos de subida dos rios a previsão é que em 2022 todos os municípios do estado sejam atingidos pela enchente”, disse o governador.
Cheia potencialmente histórica
De acordo com o Subcomando de Ações de Proteção e Defesa Civil do Estado, com exceção do rio Madeira, os níveis dos rios do estado estão atípicos no comparativo entre os meses de dezembro deste ano e o de 2020, que antecedeu a maior enchente registrada no estado dos últimos 100 anos.
Na calha do rio Negro, por exemplo, onde a maior cheia já registrada foi neste ano, o nível está 2,88 metros acima do que estava em igual período do ano passado. Em 24 de dezembro de 2020 o rio estava com 20,29 metros de profundidade; no mesmo dia deste mês chegou 23,27 metros este ano. Os indicadores têm como referência o município de Manaus.
Além do rio Negro, o monitoramento do nível dos rios das calhas nas estações dos municípios de São Gabriel da Cachoeira, Santa Isabel do Rio Negro e Barcelos aponta para níveis atípicos, acima do esperado para a época. Se as previsões se confirmarem, os primeiros municípios serão atingidos entre a segunda quinzena de janeiro e a primeira metade de fevereiro.
Operação de R$ 100 milhões
Segundo o governo, o dinheiro será aplicado em ajuda humanitária a regiões nas quais o período sazonal de cheia causa impactos mais severos à população, além do apoio prefeituras municipais no monitoramento e adoção de medidas que sejam capazes de diminuir os impactos, como montagem de abrigos provisórios, instalação de estações de tratamento de água, aquisição de alimentos da agricultura familiar para distribuir à população afetada pela cheia e apoio aos produtores do setor primário que tiverem a produção prejudicada.
As ações serão coordenadas pelo Subcomando de Ações de Proteção e Defesa Civil do Estado, em parceria com secretarias e demais órgãos estaduais das áreas social, de saúde e do setor primário, entre outros.
O plano ainda prevê a concessão de um “Auxílio Enchente” às famílias dos municípios mais afetados pela cheia. Em 2021 um benefíciuo semelhante, no valor de R$ 300, segundo o governo, foi direcionado a cerca de 121 mil famílias e custou em torno de R$ 36 milhões.