O secretário de Comunicação de Manaus, Israel Conte, foi até a Câmara Municipal de Manaus (CMM) para prestar esclarecimentos sobre o vídeo divulgado pelo portal Metrópoles no qual o motorista do portal O Abutre recebe uma sacola de dinheiro vivo. O secretário afirmou que a peça audiovisual foi forjada e que nunca houve entrega de sacola.
Durante sua fala, Israel Conte apresentou um laudo feito pela empresa Smart Perícias, sediada no município de Maringá, no Paraná. O documento, ao longo de suas quinze páginas, mostra inconsistências ao longo de todo o vídeo como desfoque no objeto, cortes e edições nas imagens e no áudio, concluindo que o material “apresenta um claro trabalho de manipulação audiovisual”.
Conte foi questionado pelos vereadores posteriormente o porquê de não ter procurado a Polícia Federal ou Polícia Civil imeditamente, da mesma forma que ocorreu com o áudio falso do prefeito David Almeida (Avante), do vazamento de um PDF sobre a vida pregressa da noiva do prefeito e quando o próprio secretário foi acusado de pagar portais de Parintins. Além disso, o vereador William Alemão (Cidadania) perguntou se a Prefeitura de Manaus não foi atrás das imagens de segurança da Secretaria Municipal de Comunicação.
Em resposta, Israel Conte afirmou que foi orientado por sua equipe jurídica a não procurar a Polícia Federal e que foram os advogados que indicaram a Smart Perícias para realização do laudo. Sobre as câmeras de segurança, ele disse que foi a primeira coisa a ser feita, mas as imagens ficam armazenadas somente por 30 dias.
“Como não tínhamos a gravação, nós recorremos à perícia para provar, tecnicamente, que aquele vídeo é uma manipulação grosseira”, afirmou.
Os vereadores da oposição, Rodrigo Guedes (Podemos), Capitão Carpê (Republicanos) e William Alemão, não ficaram satisfeitos com as respostas dadas por Israel Conte e continuarão a coletar assinaturas para instaurar uma comissão parlamentar de inquérito.
“No nosso entendimento, o secretário não respondeu as perguntas que foram feitas por vários vereadores, respondeu pela metade, de forma incompleta e respostas extremamente evasivas e vazias também. A gente simplesmente não teve aqui a elucidação dos questionamentos dos vereadores”, criticou Rodrigo Guedes.
Além do trio, os vereadores Diego Afonso (União), Everton Assis (União), Thaysa Lippy (PP), Professora Jacqueline (União) e Lissandro Breval (Avante) também assinaram o requerimento de CPI. Restam seis assinaturas para que o pedido seja formalizado.