Cinco macacos foram encontrados mortos e outros três foram resgatados com sinais de intoxicação numa área rural de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, após registros de casos da Monkeypox, que no Brasil se tornou popularmente conhecida como “varíola do macaco”. A suspeita é de que os animais estejam sendo caçados por uma errônea correlação com a doença.
No dia 3 deste mês, dois macacos-prego foram localizados desorientados e com sinais de agressão e um terceiro foi encontrado no mesmo local e nas mesmas condições um dia depois. Os espécimes foram socorridos e levados ao Zoológico de São José do Rio Preto. Um deles teve o fêmur fraturado e passou por cirurgia, mas assim como os demais achados, encontra-se estável.
Em junho, quando a doença ainda não havia chegado ao Brasil, a diretora-presidente da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Drª Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), Tatyana Amorim, já alertava sobre uma possível estigmatização errônea dos macacos.
“Apesar do nome, os macacos não são reservatórios do vírus da varíola. Embora o reservatório ainda seja desconhecido, o mais provável é trata-se de pequenos roedores, como esquilos, nas florestas tropicais da África. Atacar macacos, além de cruel é inútil, porque a transmissão se dá de pessoa para pessoa”, alertou.
O nome “varíola do macaco” se originou a partir da descoberta inicial do vírus em macacos em um laboratório dinamarquês em 1958.
Casos no AM
De acordo com balanço divulgado pela FVS, nesta quarta-feira (10), no Amazonas, são 5 casos confirmados laboratorialmente; 12 suspeitos em investigação pelo Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde de Manaus (CIEVS-Manaus); 5 casos descartados após exame laboratorial. Os casos da doença são importados. Ou seja, não há, até o momento, casos confirmados de transmissão autóctone (local). Todos os pacientes confirmados têm histórico de viagem recente.