O vereador Marcel Alexandre (Avante) fez declarações de cunho homofóbico durante a sessão plenária dessa segunda-feira (7). As falas ocorreram durante a votação de um requerimento do vereador Rodrigo Guedes (Podemos), que pedia explicações à Prefeitura de Manaus por cancelar as inscrições e deixar de apoiar um casamento coletivo de pessoas LGBT+, feito pela Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Amazonas (OAB-AM).
Marcel Alexandre, que é apóstolo evangélico, usou suas crenças pessoais para justificar a recusa.
“Eu não quero que meus filhos tenham isso como referência. Não existe casamento de iguais, isso é uma distorção. A bíblia diz presidente em Romanos,: que por isso Deus os entregou ao sentimento para desonrarem os seus corpos entre si, homem com homem, mulher com mulher. Está lá em Romanos. Acho que esse assunto é passado e me levanto contra, mantenho o posicionamento daquilo que é de maioria. Um pensamento cristão e peço apoio de todos os cristãos”, declarou.
A fala gerou críticas nas redes sociais, mas pessoas conservadoras demonstraram apoio ao vereador.
Reincidência
Essa não foi a primeira vez que o vereador evangélico destilou falas contra a comunidade LGBT+. Em março deste ano, Marcel Alexandre e Raiif Matos (DC), considerado ainda mais radical, defenderam a segregação entre mulheres cisgênero e transgênero no esporte, utilizando como justificativa uma notícia falsa de que uma mulher cis teria morrido nos Estados Unidos após apanhar de uma mulher trans em uma luta de MMA.
Em outrobro de 2021, os dois saíram em defesa do jogador de vôlei Maurício Souza após ele atacar um personagem de história em quadrinhos por ser bissexual.
Nas redes sociais, os vereadores postaram fotos do personagem Superman ao lado da esposa e um filho, evocando citações bíblicas e em nome da “liberdade de expressão”.
O comportamento de Marcel Alexandre em relação aos homossexuais é bem mais antigo. Em 2011, filiado ao então Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), o vereador chamou a união homoafetiva, reconhecida naquele ano pelo Supremo Tribunal Federal (STF), de “ditadura gay”.