O ex-secretário de Saúde do Amazonas, Marcellus Campelo, disse que avisou ao então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, sobre uma possível crise de oxigênio em Manaus, no dia 7 de janeiro de 2021. Entretanto, também em depoimento na CPI da Covid-19, o ex-ministro disse que não se falou sobre a iminente crise durante o telefonema, mas foi informado desse problema somente dia 10. Esse foi o ponto mais tenso da primeira parte do depoimento de Campelo para os senadores, nesta terça-feira, 15.
Diante da contradição entre a fala do ex-secretário, Marcellus Campelo, e do ex-ministro, Eduardo Pazuello, o relator da comissão, senador Renan Calheiros (MDB-AL), perguntou: “O ministro mentiu ao dizer que não foi informado no dia sete?”. E a resposta do secretário não foi tão direta quanto a pergunta, “Eu fiz uma ligação para o ministro informando a necessidade de logística para trazer o oxigênio de Belém e ele pediu para entrar em contato com o CMA [Comando Militar da Amazônia] que estava pré autorizado e isso foi feito”. Em seguida, o relator concluiu, “Ele está atestando que o ministro mentiu ao não referir-se a essa data”.
Dois dias sem oxigênio
Ainda na fase em que o relator pergunta, o nível de adrenalina subiu na CPI quando o ex-secretário respondeu que só faltou oxigênio por dois dias na rede pública da Saúde do Amazonas. “Na nossa rede pública estadual, temos registro de intermitência de oxigênio nos dias 14 e 15”, respondeu o ex-secretário. Essa declaração de Campelo revoltou alguns senadores que se manifestaram. Então, o presidente da CPI, senado Omar Aziz (PSD/AM) pediu que ninguém mais interrompesse e a oitiva prosseguiu com as perguntas do relator.