As cúpulas do PP e PL, em âmbito nacional, discutem formar uma chapa única para concorrer à presidência em 2022. O presidente Jair Bolsonaro, que atualmente governa sem estar filiado a um partido, indicou na última semana que deve juntar-se ao PL, a convite do dirigente do partido, Valdemar Costa Neto, um dos presos do Mensalão.
De acordo com o senador e filho de Jair, Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), o pai mantém também conversas com o PP, o que é defendido por aliados, que consideram o Progressistas como a melhor composição para o pleito eleitoral do próximo ano, por temerem uma neutralidade do eleitorado ou perda de votos para outras candidaturas, como a do ex-presidente Lula (PT).
Mas o que o Amazonas tem a ver com isso? É que com a nova reforma eleitoral, promulgada pelo presidente, caso PP e PL decidam se unir a nível nacional, a união também acontecerá a nível local.
Isso pode gerar uma “dança das cadeiras”, com políticos entrando e saindo dos partidos, ou ainda personalidades tendo que caminhar de mãos dadas por conta da federalização.
Por aqui, isso não não deve ser um grande problema, uma vez que grande parte dos representantes das legendas que estão ocupando algum cargo seguem linhas semelhantes.
Na CMM e na Aleam, tudo em paz
Na Câmara Municipal de Manaus, por exemplo, tanto Glória Carrate e Professor Samuel – ambos do PL – quanto Thaysa Lippy, única representante do PP, fazem parte da base do prefeito David Almeida, alinhado com o governo federal.
Na Assembleia Legislativa, um cenário bem parecido: Joana Darc e Cabo Maciel – do PL – assim como Mayara Pinheiro e Berlamino Lins – do PP – fazem parte da base do governador Wilson Lima, que embora seja odiado por bolsonaristas, já se manifestou publicamente a favor do governo de Jair Bolsonaro.
Marcelo Ramos de saída do PL?
A única divergência notória está na bancada amazonense na Câmara dos Deputados. De um lado, o bolsonarista Átila Lins, filiado ao PP, com a união dos dois partidos, caminharia ao lado de Marcelo Ramos, presidente do PL em Manaus, e que critica o presidente sempre que pode.
Existem inclusive especulações de que o atual vice-presidente da Câmara, que já foi do PCdoB, retorne à esquerda para apoiar o ex-presidente Lula na eleição do próximo ano. No Manaus 360 Podcast, Marcelo Ramos chegou a dizer que seu pensamento liberal para a economia é um entrave para que ele troque de partido.