Durante a coletiva de imprensa da comitiva ministerial liderada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), a qual veio para averiguar o problema da estiagem no Amazonas, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede), foi questionada sobre a liberação das obras da rodovia BR-319, considerada por muitos agentes políticos um meio para tirar o estado do Amazonas do isolamento terrestre.
O jornalista Charles Fernandes, da TV Tiradentes, perguntou relembrou o problema do desabastecimento no interior do estado causado pela seca dos rios e questionou se ela havia mudado “sua percepção em relação à necessidade da recuperação da BR-319, ou a senhora se mantém intransigente em relação essa questão mesmo diante de todo esse caos econômico e social”.
Em resposta, Marina Silva lembrou que o processo de licenciamento ambiental para qualquer obra “precisa responder a três questões: viabilidade econômica, viabilidade social e viabilidade ambiental”.
“Essa estrada de fato já tem o trecho que foi aberto. Uma parte tem trafegabilidade, a outra não tem, sobretudo na área florestada. O Ibama, no governo anterior, deu a licença prévia. O presidente Lula encaminhou no PAC para estudos e o vice-presidente disse que já tem um grupo para fazer esses estudos”, disse.
A ministra também ressaltou que o Ibama “não facilita, nem dificulta”, mas que emite suas licenças sob critérios técnicos dos estudos de impacto ambiental. Marina também destacou que o governo trabalhara “para viabilizar os empreendimentos, mas com sustentabilidade”.
Por fim, a ministra pontuou que deixou de ser ministra do Meio Ambiente em 2008 e, mesmo após sua saída, a BR-319 não foi concluída.
“De 2008 para cá são quantos anos? Quinze anos. Então não preciso dizer mais nada. Se a BR fosse fácil de fazer, talvez nesses quinze anos tivesse sido feita. É que de fato ela envolve uma complexidade que precisa ser vista com toda sensibilidade que nós temos com o econômico, com o social, com o ambiental e com o cultural”, afirmou.
Marina terminou sua fala condenando o negacionismo climático e defendendo o desenvolvimento sustentável do país.