A deputada estadual Débora Menezes (PL) utilizou a tribuna da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) nesta quinta-feira (24) para criticar a expulsão de seu pai, o coronel Alfredo Menezes, dos quadros do Partido Liberal no Amazonas.
Menezes foi expulso após o deputado federal Capitão Alberto Neto (PL), presidente do diretório municipal da legenda em Manaus, denunciá-lo no Conselho de Ética do partido. O militar chamou o deputado de ‘Judas’ após ele votar contra a reforma tributária, que resguardava vantagens da Zona Franca de Manaus.
A deputada Débora, então, afirmou que repudia o acontecido e disse que o processo foi “obscuro” e “sem direito a ampla defesa”.
“Nós como parlamentares não podemos aceitar uma expulsão vinda de um processo conduzido como esse, porque isso não representa nem a democracia e muito menos a direita”, disse.
Débora Menezes afirmou ainda que Alberto Neto não poderia ignorar os mais de 737 mil votos recebidos por Coronel Menezes quando foi candidato ao Senado Federal em 2022 – ocasião em que acabou derrotado por Omar Aziz (PSD). A parlamentar criticou a atitude de Alberto Neto por ocorrer em um momento, em suas palavras, no qual parlamentares de direita estão sendo “perseguidos politicamente”.
A novata da Aleam chegou a acusar o deputado de financiar blogs e portais “de esquerda, comunistas”.
“Eu fico me perguntando a quem de fato interessa essa decisão e quem se importa com a direita. Porque eu já achava estranho o fato do Capitão Alberto Neto financiar blogs de esquerda, blogs comunistas, que todos os dias batem no presidente Bolsonaro”, destacou.
Débora também questionou se ela seria a próxima a ser expulsa “por estar aqui emitindo minha opinião”.
Expulsão de Menezes
A comissão do PL em Manaus decidiu ontem, quarta-feira (23), pela expulsão de Coronel Menezes com base em artigos do estatuto partidário e do código de ética da legenda.
O fato representou uma vitória política para Alberto Neto, que disputava com Menezes a indicação do partido para concorrer à Prefeitura de Manaus nas eleições de 2024.
Em nota, Menezes afirmou que já esperava por sua expulsão e que o fato “não causou nenhuma surpresa”.
“Vamos agora buscar as instâncias superiores do partido para reverter uma decisão esdrúxula, absurda, descontextualizada e permeada por uma vontade pessoal do parlamentar. […] uma decisão assim, repleta de vícios na sua origem, fere acima tudo a nossa democracia e os 737.000 mil eleitores que votaram no Coronel Menezes em 2022. Vou buscar incessantemente a reparação desta decisão. Selva!”, disse.