O superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) no Amazonas, Luciano Moreira, disse, nesta terça-feira (13), em audiência pública na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), que as obras de reconstrução das pontes que desabaram entre setembro e outubro de 2022 só devem ser concluídas no primeiro semestre de 2024.
Enquanto isso, segundo ele, serão construídas pontes provisórias em estrutura metálica e de madeira para que os carros possam trafegar com mais comodidade. O superintendente informou, ainda, que o Dnit não deve renovar o contrato para a travessia por balsa nos rios Autaz Mirim e Curuçá.
“Vamos aproveitar a vazante e construir pontes semi-permanentes. São rápidas de construir porque é metade metálica e metade de madeira. Pretendemos que até outubro elas estejam construídas. Terá uma mão, no ‘sistema do pare e siga’, e, embora não resolva, irá melhorar o tráfego”, reforçou.
Relatórios mensais
Na audiência, o deputado estadual Roberto Cidade (União Brasil) cobrou formalmente que o órgão federal encaminhe mensalmente à Assembleia informações sobre as atividades em curso para a recuperação do tráfego na rodovia, que liga Manaus a Porto Velho (RO).
“São 120 mil pessoas que circulam, mensalmente, pela rodovia e que precisam da plena recuperação da trafegabilidade. Nosso intuito é de contribuir, mas sobretudo de resguardar o direito do cidadão de trafegar com tranquilidade e conforto, o que hoje não acontece”, disse Cidade.
O parlamentar cobrou celeridade nas obras. “Os municípios estão tendo perda de receita, as pessoas estão fazendo a travessia de forma caótica porque a empresa está prestando um serviço de forma precária. Os acidentes aconteceram há nove meses e a ponte que eles vão construir, agora, ainda é de forma paliativa”, criticou.
População prejudicada
Representante do município de Careiro Castanho, o motorista James Corina — que é rsponsável pelo transporte de pacientes de hemodiálise para a capital — afirmou que a trafegabilidade na BR-319 remonta há 30 anos, quando as dificuldades eram tremendas.
“Hoje, se você quiser vir pra Manaus tem que passar a noite acordado, sobressaltado, porque você fica preocupado se vai perder a hora da balsa ou não. É combustível que não tem, peça da balsa que quebra ou o cabo de aço que dá o suporte pra balsa que rompe”, reclamou.
Corina também lamentou a alta nos preços dos alimentos e dos combustíveis, efeito direto, segundo ele, da dificuldade logística para a chegada de produtos nos municípios afetados pela queda das pontes. “Tudo está mais caro porque está difícil de chegar”, resumiu o motorista.