Com a confirmação do primeiro caso da variante Ômicron registrada pela Fundação de Vigilância em Saúde (FVS) no Amazonas, especialistas demonstram preocupação com a realização do carnaval e o monitoramento dos casos de Covid-19 no estado.
Detectada pela primeira vez na África do Sul, a variante Ômicron acendeu o alerta entre autoridades de saúde de todo o mundo, em razão de uma possível maior capacidade de transmissão e de risco de reinfecção pela cepa.
O biólogo e pesquisador Anderson Brito defende uma maior testagem da população para o novo coronavírus, com vigilância genômica. “A testagem é essencial. É muito importante que qualquer brasileiro com sintomas tenha acesso a teste”, declarou.
A identificação dos casos de Covid-19 pela variante Ômicron no Amazonas acontece após sequenciamento genômico realizado pela Fiocruz Amazônia. Brito lembra que a tendência, segundo os dados epidemiológicos, é de alta na procura por testes em um momento em que o Amazonas vive, além da Covid, alta nos casos de influenza.
Carnaval em xeque
Para o infectologista Fernando Avedanho, o momento é de cautela, principalmente pela natureza do carnaval, que dificulta o cumprimento de medidas sanitárias. “A gente sabe que o Carnaval é uma festa de congregação, de aproximação entre as pessoas”, lembrou ele, que é assessor técnico do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).
“Seria ilusão imaginar que, em Sambódromo ou em uma festa popular, movimentada, a gente consiga fazer com que as pessoas utilizem a máscara e mantenham o distanciamento social”, pontuou.
O especialista defende que qualquer decisão pela realização do carnaval é precipitada, uma vez que, mesmo com as vacinas, o vírus continua sendo transmitido, e as aglomerações características dos festejos não são recomendadas no cenário atual.
Primeiro caso confirmado
A FVS confirmou, nesta terça-feira (4), o primeiro caso importado da variante Ômicrom no Amazonas. De acordo com a fundação, trata-se de uma mulher brasileira, de 27 anos, residente em São Paulo e que chegou a Manaus, procedente de Fortaleza, no dia 21 de dezembro, com sintomas gripais.
Ao chegar na capital, realizou coleta no posto de testagem no Aeroporto Eduardo Gomes, onde testou positivo para Covid-19 e foi orientada para o isolamento domiciliar. A paciente tinha sintomas leves e está com calendário vacinal completo, incluindo a dose de reforço.